Região com potencial mas depende das escolhas
O ministro do Mar, que ontem encerrou o maior encontro científico e técnico da Europa sobre aquacultura, não quis se estender muito sobre a controvérsia em torno da atividade na Madeira.
O ministro do Mar considerou ontem que a Madeira tem grande potencial para poder expandir a aquacultura, atividade que subiu 41 por cento entre os anos de 2013 e 2018. Ricardo Santos, que participou na sessão de encerramento da conferência anual ‘Aquaculture Europe 2021’, garantiu que a Madeira tem realidade e também tem potencial. Acrescentou que, agora, são escolhas que se possam fazer e que se venham a fazer”. Foi, assim, que o ministro reagiu aos atritos existentes entre aqueles que defendem a aquacultura na Madeira e aqueles que não a querem, pelo menos junto à sua costa.
Na iniciativa, que decorreu no Funchal entre o dia 4 e o dia de ontem e que consistiu no maior encontro científico e técnico da Europa, Ricardo Santos defendeu a importância da aquacultura sustentável para o futuro da nossa alimentação. “É um alimento mais saudável do que aquele que comemos”, disse, incentivando a uma ligação forte entre a ciência e a indústria, a academia e os empreendedores, para que se continue a consumir alimentos saudá
POR veis com base nos oceanos, desde algas ao peixe.
À margem do encerramento e em declarações aos jornalistas, o ministro do Mar admitiu que, no século passado, a aquacultura fez muita asneira. Sobretudo, frisou, noutras latitudes. Deu, inclusive, o exemplo da destruição de mangais que, hoje, estão a ser reconstruídos.
“São erros com os quais aprendemos”, afirmou o governante que ontem esteve na Madeira. Hoje, conforme prosseguiu, conseguimos produzir jaulas ‘offshore’ com a tecnologia e a engenharia já testadas e assim instalar sistemas de produção baseados nessas mesmas tecnologias. O que, no entender do ministro do Mar, para Portugal, “é muito importante”. Sobre o crescimento da aquacultura em Portugal, o ministro do Mar disse que a intenção é de passar das 14 mil toneladas pescadas atualmente para as 25 mil em 2030. “Todas estas projeções são feitas no crescimento que está a acontecer. Por outro lado, o nosso setor de pescado, nas exportações alimentares, está em número um. Obviamente que não tem a ver apenas com aquacultura nem com a pesca. Mas também com a indústria de transformação. De qualquer forma, a aquacultura é um processo muito importante”, frisou. O ministro do Mar adiantou que a aquacultura é uma atividade irreversível em Portugal e admitiu que, apesar dos erros cometidos no passado ao nível mundial, a aquacultura tem muita importância no desenvolvimento da economia do mar e das populações. As pescas são muito importantes mas atingiram o seu ponto máximo pelo que “precisamos de ter outra forma de produção”, sublinhou Ricardo Santos.
41 cento: este é o aumento da produção entre 2013 e 2018. 25 TONELADAS: o objetivo da produção em 2030.