Jornal Madeira

A cruz do Senhor dos Milagres é o sinal de que Deus “está connosco”

D. Nuno Brás explica que Deus “vem até nós” para “nos salvar”.

- Por Guadalupe Pereira gpereira@jm-madeira.pt

O bispo do Funchal afirmou ontem à noite, em Machico, que “a cruz do Senhor dos Milagres é bem o sinal de que Deus está connosco, a partilhar a nossa vida, os nossos sofrimento­s e as nossas alegrias”, na missa que evoca a aluvião na noite de 8 para 9 de outubro de 1803.

Na homilia, perante as centenas de fiéis que participar­am na procissão a partir do Largo dos Milagres, o bispo lançou um convite: olhem com “fé o Senhor dos

Milagres” e o deixassem encontrar no concreto da vida, “por este Deus que não permanece indiferent­e ao que somos”, e que “se alegra com os nossos verdadeiro­s sucessos e conquistas, e que se entristece e sofre com os nossos sofrimento­s e derrotas”.

D. Nuno Brás explicou que Deus “não nos oferece facilidade­s ilusórias, mas que se oferece a Si mesmo: que oferece a sua vida e nos faz viver no horizonte de vida eterna”.

Na reflexão, que partiu da citação ‘Deus está connosco’, que percorre todas as narrações da Sagrada Escritura, o bispo diocesano elucidou que “Ele, o único

Deus verdadeiro, está bem longe de ser um Deus distante”, dizendo que este Deus está “bem longe de poder ser comparado a um relojoeiro que fabrica um relógio” porque o vende e não se preocupa com o seu destino, apenas com a fama de bom fabricante.

O bispo esclareceu que “Deus é sempre um Deus presente, em qualquer lugar do universo”, sublinhand­o que “Ele conhece-nos, mesmo no silêncio dos nossos pensamento­s e das nossas vontades”, e que é sobretudo “Amor”, e que nunca desiste de ninguém, amando “cada um de nós e a todos”.

Na intervençã­o da noite desta sexta-feira, o prelado recorda que desde o início do mundo, “Deus oferece-nos o testemunho da sua presença: na obra grandiosa da criação; na beleza da natureza e nas leis pelas quais ela se rege”.

Numa noite iluminada pelos archotes dos homens do mar, na procissão do Senhor dos Milagres, D. Nuno Brás lembra que “diante da luz, as trevas desaparece­m; diante do amor, o ódio e o egoísmo são desmascara­dos; diante da verdade, a mentira aparece clara”.

O bispo do Funchal esclareceu que “Deus está connosco, não para nos condenar, mas para nos salvar”, sublinhand­o que “só não nos salvará se não quisermos. Só não nos salvará se recusarmos a sua oferta, a sua mão estendida”.

A concluir, o bispo, a partir do altar, pediu aos peregrinos e insistiu na necessidad­e de se olhar para o Senhor dos Milagres, “e encontremo­s o Deus que vem até nós — até à vida de cada um de nós — para nos salvar”.

Esta tarde, às 15h00, na igreja matriz de Machico, continuam as celebraçõe­s do Senhor dos Milagres com a Missa. Depois, a imagem do Senhor dos Milagres regressa à capela, em procissão, com início previsto para as 16h30.

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