Congresso do CDS nos mesmos dias que o do Chega
Apesar das críticas de Nuno Melo, candidato à presidência do CDS e de André Ventura, líder do Chega, Francisco Rodrigues dos Santos não hesitou. O Congresso centrista terá lugar a 27 e 28 de novembro.
O Conselho Nacional do CDS-PP aprovou, ontem, a convocatória do 29.º Congresso do partido para os dias 27 e 28 de novembro, com 64% de votos a favor e 29% contra, disse à Lusa fonte oficial do partido.
De acordo com a mesma fonte, votaram a favor da proposta apresentada pela direção 145 conselheiros (64%), contra 65 conselheiros (29%) e 16 abstiveram-se (7%). Apesar das críticas, este encontro acontece no mesmo fim de semana em que o Chega realiza o seu congresso e que já estava marcado antecipadamente.
O presidente do CDS-PP justificou a antecipação do congresso defendendo que o partido não pode perder tempo "em guerras internas" e tem de preparar as eleições legislativas, e considerou que os opositores "estão em campanha há muito tempo".
Numa declaração aos jornalistas na sede do CDS, em Lisboa, depois de se dirigir ao Conselho Nacional, que esteve reunido à porta fechada por videoconferência, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre as críticas do candidato à liderança Nuno Melo, que falou em falta de democraticidade interna da direção ao propor a antecipação do 29.º congresso para o final de novembro.
"Todos aqueles que se assumem portistas, que se dizem fiéis sucessores de Paulo Portas, hoje criticam por usar rigorosamente a mesma fórmula que Paulo Portas usou quando era presidente do partido", afirmou, acusando os críticos de "discrepância e incoerência" no discurso.
Considerando que se tem "criado artificialmente uma divisão entre portistas e não portistas", Rodrigues dos Santos disse sentir-se "mais próximo de Paulo Portas do que aqueles que se apregoam portistas".
O líder, e recandidato, respondeu que decidiu "antecipar este congresso precisamente com os mesmos motivos" do antigo presidente, argumentando que "quatro meses é muito tempo em política".
"Não podemos desperdiçá-lo em guerras internas, temos que preparar o partido.
Nuno Melo, candidato à presidência do CDS, criticou a realização do congresso do partido na mesma data da reunião magna do Chega e lamentou que a direção reivindique os louros pelas vitórias autárquicas.
Nuno Melo acusou a direção de Francisco Rodrigues dos Santos de falta de “noção” e de insistir no “absurdo”, argumentando que o congresso do partido deveria ser “um exclusivo”. São candidatos à liderança do CDS o atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado centrista e presidente da distrital de Braga, Nuno Melo.
O presidente do Chega sentiu necessidade de vir a público manifestar a sua opinião relativamente a este assunto. André Ventura, que usou a rede social Twitter, defendeu que o CDS-PP tem de encontrar outra data para o seu congresso, por respeito democrático.
“Manda a boa prática que partidos parlamentares não realizem a sua reunião magna nos mesmos dias. Uma questão de respeito democrático”, completou.
Foi também através de um “tweet” que o também deputado único do Chega criticou as posições do presidente do CDS e recandidato ao cargo, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado centrista e candidato à liderança, Nuno Melo.