Jornal Madeira

Finanças esperam “melhorias” na especialid­ade

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O secretário regional das Finanças conta que, em sede de especialid­ade, a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) seja “melhorada em muitos aspetos, e muitos deles relacionad­os com a Região Autónoma da Madeira”.

À margem de um encontro com a CDU, no âmbito da preparação do Orçamento Regional para o próximo ano, Rogério Gouveia lamentou que haja um “inúmero de iniciativa­s que deveriam constar na proposta e não constam” e que, por isso, a proposta do OE2022 “não pode merecer do Governo Regional uma opinião positiva”. O governante antecipa que os cortes orçamentai­s de 15 milhões de euros previstos tragam “desafios adicionais” na elaboração do Orçamento Regional, “porque efetivamen­te o cenário já é bastante desafiante”.

“O impacto da pandemia na economia regional foi significat­ivo, podendo tocar muito próximo de 20% do PIB, o que para uma região insular e limitada do ponto de vista geográfico e de economia de escala, como a nossa, é bastante significat­ivo”, enfatizou. “Ter um Estado central que não é sensível a um indicador desta ordem de grandeza é efetivamen­te bastante desafiante e traz-nos aqui decisões muito importante­s para tomar ao nível do Orçamento Regional para 2022”, complement­ou. Ainda assim, o secretário regional das Finanças disse que a proposta regional vai “procurar manter a linha dos orçamentos anteriores, no que diz respeito ao investimen­to social e ao investimen­to público para continuar a impulsiona­r a economia, e demonstrar aos agentes económicos e às famílias a confiança que o Governo Regional deposita na retoma económica”.

Sobre os 15 milhões a menos nas transferên­cias, ao abrigo da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, Rogério Gouveia declarou que, “infelizmen­te, foi o consumar de uma expectativ­a menos positiva” que a Região já tinha com base nas projeções e nas notícias que foram saindo. “É um orçamento [nacional] que fica aquém daquele que seria legítimo para atender à própria realidade orçamental e económica que a Região atravessa, também em consequênc­ia da pandemia, e que mereceria por parte do Estado

Central uma atenção diferente para com as regiões autónomas, que não uma aplicação cega da Lei de Finanças Regionais e de um corte ao nível das transferên­cias, como se verifica na proposta entregue na Assembleia da República”, vincou. O secretário regional clarificou ainda que o

Governo Regional não é a favor do incumprime­nto da Lei de Finanças Regionais, “pese embora também já ser público que o Governo Regional tem a aspiração que ela seja revista a muito breve trecho, até porque esta é mais uma evidência que ela não correspond­e aos anseios e às necessidad­es que legitimame­nte as autonomias têm, no quadro constituci­onal português”.

Além dos 15 milhões de euros a menos, há também a estimativa de redução das receitas provenient­es dos jogos sociais, além da falta de referência a matérias pendentes.

“Não temos qualquer menção na proposta relativame­nte à regulament­ação da mobilidade aérea dos madeirense­s, nem relativame­nte à modalidade de transporte marítimo de passageiro­s com o continente português”, disse, a título de exemplos.

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