Presidente da República quer evitar a todo o custo uma crise política
Vários partidos ameaçam não aprovar a proposta do OE 2022, facto que leva Marcelo Rebelo de Sousa a afirmar que "o bom senso aponta para que não haja crise política em Portugal".
O Presidente da República sabe, e reitera, que "a faca e o queijo estão nas mãos dos partidos", mas avisa que um chumbo do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) provavelmente conduzirá a eleições antecipadas. "As pessoas são livres de optar. Em democracia a última palavra sobre o Orçamento é a palavra dos partidos. Eu limitei- me a lembrar: se querem um caminho é assim, se querem outro caminho é diferente. Escolham", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, preocupado com o futuro do País.
O chefe de Estado considera que "o que é natural é que haja entendimento, o que é natural é que o Orçamento passe, o que é natural é que não haja crise. Este é o meu estado de espírito".
No entanto, parece não ser esse o entendimento de alguns partidos com assento parlamentar. O presidente do CDS-PP já admitiu que o congresso do partido possa ser adiado caso o OE2022 seja chumbado, mas considerou “uma encenação política” as ameaças da esquerda de voto contra.
“Não há razões para crer, atendendo ao histórico, que o Orçamento não será aprovado. No entanto, a realidade política é dinâmica, não é estática, e o nosso partido saberá interpretar o resultado das votações”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O líder do Chega, André Ventura, anunciou que pediu o adiamento do congresso do partido em caso de chumbo do Orçamento, mantendo as eleições diretas agendadas para 6 de novembro.
Também Rui Rio, líder do PSD, sugeriu adiar as diretas do seu partido, tendo em conta a possibilidade de não aprovação do documento na generalidade ou na votação final global.
Sobre este aspeto, Marcelo Rebelo de Sousa asseverou que não comenta "opções partidárias”. Aliás, o Presidente da República vai ouvir os partidos com assento parlamentar esta sexta-feira e refere que "tudo o que contribua para o diálogo, para o entendimento e para aquilo que é fundamental para o futuro dos portugueses - que é não perder uma oportunidade, não perder tempo, não atrasar o que já é muito urgente -, melhor", concluiu.