Médicos pedem consenso para ultrapassar burocracias
Estes profissionais aguardam que o Parlamento encontre uma solução para acabar com a burocracia dos reconhecimentos e esperam que mais partidos apoiem a proposta do PS.
Numa semana em que se discutiu no Parlamento a proposta do PS para a regulamentação das Ordens, volta à agenda mediática a questão dos médicos luso-venezuelanos que pretendem reconhecimento das habilitações e que denunciam, constantemente, o excesso de burocracia.
Antonieta Maltezinho, médica dermatologista, exercia funções há 22 anos, dois dos quais no Chile.
“Cheguei a Portugal há dois anos, retornada, devido à situação na Venezuela. Tem sido tudo muito difícil para conseguir reconhecimento aqui em Portugal, agora tenho toda a família aqui e continuo a esperar”, descreve.
“Quero fazer uma chamada de atenção, pedir que nos diminuam a burocracia para podermos exercer. Sinto uma profunda tristeza por esta situação injusta. Somos médicos em todo o planeta, a medicina é a mesma”, garante.
A mulher, que continua a aguardar soluções, questiona se 20 anos de experiência não serão suficientes e pede que trabalhem todos em conjunto “para uma melhor atenção médica”.
“Por favor, médicos portugueses, Ordem dos Médicos, Governo português, ajudem-nos na inserção como médicos neste País. Nós estamos a trabalhar em toda classe de trabalhos, mas estamos preparados para servir como médicos. Não queremos ir para Espanha, queremos ficar em Portugal, o nosso grande País”, assegura.
Já Christian de Abreu, médico cirurgião que por várias vezes tem endereçado cartas abertas à Assembleia na República, aguarda pelo reconhecimento de diplomas e diz que “a nova regulamentação das Ordens profissionais, iniciativa do Governo e do PS, não tem interesse para a comunidade luso-venezuelana”.
Isto porque “aguarda que o Parlamento encontre uma solução à burocracia para o exercício de funções”.
Espero, de facto, que mais parti
Antonieta Maltezinho, dos apoiem esta iniciativa para que os problemas possam assim ser ultrapassados”, apela.
“Muito tempo a aguardar”
O luso-venezuelano diz que a comunidade que regressou da Venezuela “está há muito tempo a aguardar do Governo Português um mecanismo de reinserção no mercado de trabalho dos profissionais com estudos em universidades venezuelanas”.
Como lembra Christian de Abreu, por agora a solução é fazer a homologação do diploma em Madrid e trabalhar três anos na Espanha devido “à burocracia do reconhecimento de habilitações e exigência das Ordens profissionais em Portugal”.
“Espero que no futuro isto mude, infelizmente precisa do apoio de todos”, remata.
Sinto uma profunda tristeza por esta situação injusta. Somos médicos em todo o planeta, a medicina é a mesma.
dermatologista a aguardar reconhecimento das habilitações