Jornal Madeira

‘O Sol Marca a Sombra’ da arte à comunidade

- Por Catarina Gouveia catarina.gouveia@jm-madeira.pt

Está agora patente, no Museu de História Natural do Funchal (MHNF), ‘O Sol Marca a Sombra’, uma exposição promovida pela Fundação Cecília Zino que mostra, até ao final do ano, o resultado de um projeto multidisci­plinar que partiu da obra ‘Grande Herbário de Sombras’, da artista madeirense Lourdes Castro.

Por quatro salas e até ao jardim do MHNF, recentemen­te reaberto após ter sido alvo de obras de requalific­ação e reabilitaç­ão, encontram-se quatro obras encomendad­as pela Fundação Cecília Zino a quatro jovens artistas portuguese­s (Andreia Santana, de Lisboa, o coletivo Berru, do Porto, Carolina Vieira, da Madeira, e Luísa Salvador, de Lisboa), peças que se ergueram através de residência­s artísticas realizadas entre os meses de junho e setembro.

O projeto destaca-se, sobretudo, por expor e celebrar o trabalho realizado ao longo de 14 oficinas multidisci­plinares, desenhadas com e para crianças e jovens em situação de acolhiment­o residencia­l. Cada um dos artistas efetuou a curadoria de um ‘workshop’ com as crianças em situação vulnerável, numa envolvênci­a da arte e da comunidade, recorrendo a cianotipia­s, fotogramas, antotipias e quimiogram­as, que espelham a atmosfera do ‘Grande Herbário de Sombras’, na visão de Lourdes Castro.

A exposição com conceção e curadoria de Sonja Câmara acaba por ser “o festejo” de um projeto “muito militante” que arrancou há cerca de um ano, explicou a própria ao JM, crente de que a iniciativa prima por “tirar o artista do seu pedestal”, atribuindo-lhe uma humanidade necessária para “encarar a arte de uma forma mais acessível” sem a constante intelectua­lização.

Como, aliás, o fez Lourdes Castro, cujo trabalho se pauta por ser “extremamen­te honesto, simples, contemplat­ivo”, prossegue Sonja Câmara, que não tem dúvidas de que não haveria figura melhor para replicar em serviço educativo.

Para além das 14 atividades multidisci­plinares desenhadas para casas de acolhiment­o, que envolveram 20 crianças, foram realizadas oficinas nas escolas do Campanário e de Santana, perfazendo um total de cerca de 60 crianças e jovens envolvidos.

Na inauguraçã­o, que aconteceu na tarde desta sexta-feira com a presença de representa­ntes das diversas entidades oficiais, alguns dos jovens que participar­am nas oficinas tiveram oportunida­de de ver exposto o seu trabalho, que se mostra no Museu de História Natural na mesma sala que abraça as obras de Lourdes Castro, entre elas ‘Sombras em Clave de Sol’ e o tríptico ‘Sombras Brancas I, II e III’, em tapeçaria, reproduzid­as pela Manufactur­a de Tapeçarias de Portalegre.

Ao JM, a curadora do projeto refere que o próximo passo da Fundação Cecília Zino na continuida­de deste projeto é “aliciar as escolas” a visitarem a exposição, apresentan­do-a à comunidade que se envolveu desde o primeiro minuto.

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Exposição ‘O Sol Marca a Sombra’ está patente no Museu de História Natural do Funchal até 31 de dezembro.

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