Mesmo apeados motards protestaram
O Funchal foi uma das cidades do país onde, ontem à tarde, motociclistas se manifestaram contra a imposição de inspeções obrigatórias aos motociclos a partir de janeiro de 2022. Ao contrário de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, onde milhares de motos encheram as ruas, no Funchal e no Porto Santo o protesto foi feito a pé.
A manifestação, com dezenas de participantes, apanhou de surpresa muitas pessoas que circulavam pela baixa do Funchal. Os motociclistas estacionaram os respetivos veículos na Avenida Sá Carneiro e percorreram a pé parte da Avenida do Mar, passando em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio de São Lourenço, não em linha reta, mas passando de um lado para o outro da rua, em bloco, sempre com a supervisão de agentes da PSP.
Em declarações à 88.8 JM FM, ainda antes das ações realizadas, António Francisco, coordenador do protesto promovido pelo Grupo de Ação Motociclista - GAM, disse que no caso da Madeira "o Comando Regional da PSP fez uma má interpretação da lei", por isso a manifestação foi apeada.
'Inspeção garante receita, não previne sinistralidade', 'Resolvam os problemas que causam 99,7% dos acidentes com motos' e 'IPO não previne 99,7% dos acidentes' eram algumas das mensagens que os manifestantes exibiram em folhas A4 durante o percurso.
No final, junto ao Hotel CR7, o representante do GAM na Região, Rui Zacarias, agradeceu a grande adesão verificada e apelou a que se mantenham unidos em prol de uma questão que a todos diz respeito. Agradeceu também a forma ordeira como decorreu a iniciativa.
Ao JM, o mesmo responsável, que tomou a dianteira da manifestação ao lado dos dirigentes das associações motards da Região aderentes, disse que a inspeção obrigatória não faz sentido, atribuindo as principais culpas pela sinistralidade com motos às más condições de algumas estradas e a erros humanos. Segundo ele, os motociclistas são os primeiros a zelarem pelos seus veículos.
IC