Jornal Madeira

DIFERENTES NAS IDEIAS MAS QUASE IGUAIS NOS RESULTADOS DESPORTIVO­S

Carlos Pereira e Rui Fontes protagoniz­aram as lideranças que alcançaram os maiores feitos desportivo­s da história do Marítimo, contribuin­do decisivame­nte para a afirmação do clube entre os grandes do futebol português.

- Por Raul Caires raulcaires@jm-madeira.pt

Diferentes nas ideias, mas quase iguais nos resultados. Rui Fontes e Carlos Pereira são responsáve­is por importante­s contributo­s para a afirmação que o emblema madeirense alcançou entre a elite do futebol português nos últimos 30 anos. Mas ambos querem continuar a fazer mais e com projetos distintos, como ficou demonstrad­o nos programas das respetivas candidatur­as às eleições.

Se o atual presidente dá mostras de querer manter a gestão da vida do clube centraliza­da, já o antigo líder maritimist­a quer regressar ao comando com a intenção de que essa gestão seja muito mais repartida e entregue a profission­ais a tempo inteiro, como se constata no modelo proposto para a SAD, com uma direção diferente da que comanda o clube.

Projetos à parte, Carlos Pereira e Rui Fontes prometem levar muitos sócios ao sufrágio na próxima sexta-feira. Não só pelas ideias apresentad­as por ambos para o futuro do Marítimo, mas também pelos êxitos desportivo­s alcançados durante as suas lideranças e que foram decisivos para a afirmação do emblema madeirense no futebol português.

Os êxitos de ambos são muitos, mas, curiosamen­te, a base de apoio de Rui Fontes é composta por sócios e adeptos que não testemunha­ram os tempos em que o Marítimo conseguiu os dois primeiros apuramento­s para a Taça UEFA (hoje designada de Liga Europa, entre 1992 e 1994), ou a disputa da primeira final da Taça de Portugal (na temporada de 1994/1995, que foi perdida contra Sporting).

Rui Fontes esteve à frente dos destinos do clube entre 1988 e 1997, ou seja, quase uma década, e a intenção de regressar tem também a ver com a ausência de resultados desportivo­s nas últimas três temporadas, marcadas consecutiv­amente

por um Marítimo a lutar pela manutenção.

Carlos Pereira já reconheceu que os últimos anos não condizem com a afirmação alcançada pelo emblema madeirense nem com as perspetiva­s de engrandeci­mento que idealizou, e que até ajudam a esquecer os muitos êxitos que somou ao longo dos 24 anos da liderança que sucedeu precisamen­te o consulado de Rui Fontes.

Sob o comando do atual presidente, o Marítimo conseguiu sete apuramento­s europeus, mais uma qualificaç­ão para a final da Taça de Portugal (perdida contra o FC Porto) e ainda outras duas finais para a Taça da Liga (perdidas contra o Benfica), sendo que esta competição não existia no tempo da liderança de Rui Fontes.

São currículos invejáveis para qualquer liderança antecessor­a. A longevidad­e de Carlos Pereira ao leme do clube possibilit­ou somar mais resultados do que Rui Fontes, mas os feitos alcançados por este em menos tempo também não deixam de merecer um lugar de destaque na história do emblema do Almirante Reis.

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