“Madeirenses estão fartos deste primeiro-ministro”
Foi mais um dia animado no parlamento, não pelo teor dos (três) diplomas apresentados, que à partida serão chumbados, mas sim pela dialética entre as duas grandes bancadas, essencialmente, nas intervenções antes da ordem do dia.
Lopes da Fonseca abriu as hostilidades. “Passado que foi este ano e meio de pandemia, já é tempo de melhorias. Mas o País e os madeirenses estão fartos deste primeiro-ministro. Fartos de ouvir sempre os mesmos argumentos, que a culpa é de Passos Coelho e Paulo Portas... passaram seis anos, os professores estão descontentes, os comboios estão parados, há 1,6 milhões de portugueses em risco de pobreza, e a culpa é sempre de Passos Coelho e Paulo Portas”. Na Madeira “não há qualquer transferência de verba para o novo hospital, o ferry não passou de promessa...”. E não tem dúvidas de que “António Costa é o pior primeiro-ministro de Portugal no que à Madeira diz respeito. É uma panóplia de mentiras constante”.
Victor Freitas (PS) aproveitou a deixa para uma dupla ‘picagem’ ao centrista, desafiando-o “a cumprir a promessa do CDS de redução do
IVA na Madeira”. Mais, “julguei que o CDS estava no Governo para cumprir com o seu programa, afinal só lá estão pelos lugares”.
Mais à frente, foi Sónia Silva (PSD) a subir ao palanque para reiterar e denúncia de tratamento diferenciado do Estado em relação ao financiamento das universidades das regiões autónomas, com prejuízo da entidade regional. “A proposta de transferência para a Universidade da Madeira é de 13,3 milhões de euros e as despesas de funcionamento são de 20 milhões”. A deputada do PSD insiste numa majoração do valor e igualdade de acesso a financiamento comunitário, lembrando que “a responsabilidade de financiamento das universidades é competência do Estado”.
E já depois de Rui Caetano ter garantido que o PS-M concorda que deva existir majoração da UMA, mesclando o seu discurso com críticas ao Governo Regional, Nuno Maciel (PSD) reagiu. “Desafio os deputados do PS-M na República a votarem contra o OE se este lesar os interesses da UMA”. E lembrou que “os Açores com menos alunos do que a Madeira recebem mais cinco milhões de euros”.
Pacífico, só os votos de pesar pela morte do padre Alexandre Mendonça, por PSD, CDS, PS e JPP. Já o voto de saudação, do PS, ao ‘Dia Mundial de Cuidados Paliativos, acabou por se revelar um arremesso político contra o Governo Regional.