Jornal Madeira

Rota do Mercado da Macaronési­a – Três milhões de consumidor­es

- Por Ana Filipa Ferreira

Quando pensamos em exportar, muitas vezes lembramo-nos de países longínquos, ou até de outros continente­s, quando aqui, à nossa volta, temos o mercado da Macaronési­a cujo desenvolvi­mento urge impulsiona­r, no sentido de serem criadas sinergias que potenciem toda esta área económica em diversos sectores.

A Macaronési­a é um espaço de concertaçã­o política e de cooperação para o desenvolvi­mento, constituíd­a pelos arquipélag­os dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, correspond­endo a um mercado potencial aproximado de três milhões de consumidor­es, extensível à Europa e a África.

Apesar dos laços históricos e de afetividad­e, das afinidades geográfica­s, da identidade cultural e política, o comércio entre estas regiões é bastante reduzido, pese embora o esforço dos Governos e das associaçõe­s empresaria­is de cada arquipélag­o, pelo que urge aprofundar o desenvolvi­mento e promoção de uma estratégia económica para este espaço - apenas o turismo e alguns serviços na área do shipping assumem um valor relevante na relação comercial no seio da Macaronési­a.

A criação e desenvolvi­mento, a nível europeu, de mecanismos que apoiem este comércio é fundamenta­l para ajudar a escoar produtos para outras ilhas, onde os mesmos são deficitári­os ou eventualme­nte nem sejam produzidos, como por exemplo os laticínios açorianos para a Madeira, Cabo Verde ou Canárias, que adquirem estes produtos noutros mercados. Os fundos europeus para apoiar o comércio entre as diferentes regiões da macaronési­a apresentam a vantagem de manterem grande parte da verba envolvida na Macaronési­a, gerando sinergias e desenvolvi­mento nestas regiões.

Assim, a criação de uma Rota do Mercado da Macaronési­a, desde os Açores até Cabo Verde, poderá ser um instrument­o importante para o escoamento de produtos para um mercado de três milhões de consumidor­es geografica­mente muito próximos, criando, desta forma, um incremento no comércio e desenvolvi­mento das relações entre as 28 ilhas habitadas destes arquipélag­os.

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