Região precisa de casa de acolhimento para Terceira Idade
Guida Vieira, mulher conhecida pela luta por estas causas, aceitou falar ao JM não em nome de qualquer instituição ou cargo mas sim em nome pessoal. E defendeu a urgência de ser criada uma casa de acolhimento, e não de abrigo, para as vítimas de violência doméstica na Terceira Idade. Guida Vieira explica que as mulheres que passam pelas casas de abrigo têm seis meses para resolver a sua situação. E quase nunca conseguem arranjar o seu próprio espaço nesse tempo. Imagine-se uma mulher da Terceira Idade, que não trabalha e tem fracos meios?, questiona. Assim, Guida Vieira afirma que era preciso uma casa de acolhimento sem tempo para a abandonar.
Até porque, conforme frisa, os idosos não são apenas vítimas de violência por parte dos companheiros. São também vítimas de outros membros da família. No entender de Guida Vieira, não é num lar que estas pessoas devem ficar, caso estejam autónomas e consigam fazer a sua lide de casa. Aproveitando a ocasião, Guida Vieira afirma que as três casas de abrigo existentes na Madeira não são suficientes para a realidade “dura e crua” da violência doméstica, “se tivermos em conta que quase nenhuma mulher consegue dar a volta por cima, resolver a sua situação em seis meses e abandonar o espaço para dar lugar a outra vítima”. res e 11 crianças/jovens acolhidos. Questionado sobre se não seria necessário criar uma casa de abrigo para vítimas do género masculino, o Instituto de Segurança Social da Madeira responde que não foi identificada essa necessidade.
“As respostas de apoio, tal como na grande maioria das situações de vítimas de violência doméstica do sexo feminino, são diversas, e adaptadas à particularidade de cada pessoa e situação”, afirma o ISSM, para acrescentar que “a violência exercida sobre homens não se tem apresentado com níveis de risco que ponham em causa a sua integridade física ou psicológica, desde que integrem um outro espaço habitacional, e sejam acompanhados pelas estruturas da Rede, não sendo necessária a integração numa casa de proteção elevada como é a casa de abrigo”. A mesma ideia tem o Instituto de Segurança Social da Madeira relativamente à hipótese da criação de uma casa de abrigo para idosos.
“Na RAM, as pessoas idosas com necessidade de proteção em casa de abrigo são integradas nas casas de abrigo existentes ou, de acordo com a sua situação particular, poderão ser protegidas em estruturas residenciais para pessoas idosas, já que, nestas, estão igualmente asseguradas as condições de segurança, para além de responderem às necessidades particulares desta faixa etária”, refere a Segurança Social da Madeira. As medidas que têm vindo a ser implementadas na Madeira têm sido desde a elaboração e execução do I Plano Regional Contra a Violência Doméstica, medidas articuladas e complementares entre todas as entidades parceiras, numa preocupação de otimização das respostas e dos recursos existentes.