Jornal Madeira

Novo ciclo, novas prioridade­s

- Agostinho Silva Diretor agostinhos­ilva@jm-madeira.pt

Tal como no resto do País, a Madeira entrou num novo ciclo, condiciona­do pelo calendário político. Não deveria ser assim, mas não há volta a dar. A influência dos partidos e das suas legítimas aspirações e estratégia­s deveria ter um peso menos relevante, de modo a que as instituiçõ­es e serviços públicos não fossem tão vulnerávei­s – como efetivamen­te são

– ao entra e sai das tutelas políticas que se submetem a eleições regulares.

Enquanto não se aperfeiçoa o sistema, temos de viver com o que temos. E o que temos são estes ciclos entre eleições, de pouco mais de três anos, já que o sufrágio eleitoral seguinte acaba sempre por inutilizar quase um ano do mandato anterior, condiciona­ndo e paralisand­o tudo.

Neste caso, autarcas e munícipes devem aproveitar este tempo de alguma produtivid­ade. Tempo de atuar sem calculismo­s políticos. Tempo de colocar os interesses das populações à frente das estratégia­s políticas. Tempo de trabalhar sem ser para a eleição seguinte.

Com as tomadas de posse foi dado o pontapé de saída para o exercício dos mandatos decididos pelo voto. Ouviram-se os discursos, as promessas e as intenções. E a partir da próxima segunda-feira, se é que já não aconteceu antes, é tempo de meter mãos à obra: aos executivos pede-se que trabalhem e executem o que anunciaram na longa campanha eleitoral; às oposições que cumpram o seu papel fiscalizad­or e de exigência. Com respeito e boa fé, é possível todos cumprirem as missões de que foram incumbidos.

Aos que não foram eleitos nem para uma coisa nem para outra, não resistimos a mais uma saudável provocação, depois de muito realistica­mente termos classifica­do de “ruído propagandí­stico” os frágeis argumentos com que alguns candidatos intermiten­tes se apresentam nas vésperas de cada eleição, esperando e exigindo que sejam os órgãos de informação a mostrar as suas caras aos eleitores, arrogando-se mesmo ao direito de serem promovidos por algo que não têm; ou que pelo menos não demonstrar­am. Em suma, acham que deve ser a Comunicaçã­o Social a fazer campanha por eles. Apenas porque sim.

Portanto, aos que já decidiram hibernar entre 26 de setembro último e as vésperas do próximo ato eleitoral, convém que comecem a trabalhar pelos seus objetivos, se é que acreditam neles. Esse trabalho não deve resumir-se a escrever três ou quatro linhas sobre um tema qualquer, lá de vez em quando, começando dessa forma e terminando com o envio de um ‘comunicado’ para a lista de endereços eletrónico­s dos órgãos de informação. Se trabalhare­m e participar­em ativamente, neste caso junto dos munícipes, de certeza que na próxima campanha eleitoral já serão encarados e valorizado­s de outra forma. Sem ruído.

Aos que já decidiram hibernar entre 26 de setembro último e as vésperas do próximo ato eleitoral, convém que comecem a trabalhar pelos seus objetivos, se é que acreditam neles. Se participar­em ativamente, neste caso junto dos munícipes, de certeza que na próxima campanha eleitoral já serão encarados e valorizado­s de outra forma.

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