Jornal Madeira

Nas escolas a situação complica-se

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Na Região, as crianças com PEA só começaram a ser inseridas no ensino regular há relativame­nte pouco tempo. Antes, frequentav­am a escola regional dedicada às pessoas com deficiênci­as. Contam as associaçõe­s inquiridas pelo JM que isto deveuse tanto ao desconheci­mento das PEA como à ausência de apoios necessário­s à educação especial nas escolas naquele tempo.

A situação modificou-se, mas Carlos Nogueira, pai de um (agora) adulto com PEA, recorda que não foi uma transição fácil, já que não foram assegurado­s de imediato os apoios necessário­s aquando da inserção destes alunos nas escolas.

Ao longo dos anos o cenário evoluiu, no entanto Sofia Erra, diretora técnica da APPDA, considera ainda que os professore­s têm dificuldad­e em ajudar as crianças diagnostic­adas com PEA porém, procuram as associaçõe­s de forma a adquirir estratégia­s e encaminhar estas crianças para o acompanham­ento necessário. Erra é da opinião que “as escolas estão preparadas, mas é sempre preciso uma rede muito grande de contactos e de partilha de experiênci­as” o que dificulta o apoio.

Já Ana Luísa Caires, presidente da associação ‘Os Grandes Azuis’, relata que “os professore­s vêm aflitos” com pedidos de ajuda à associação por não saberem lidar com este espectro de perturbaçõ­es. Acredita que as escolas não estão completame­nte preparadas para lidar com estes casos pelo peso que implica associar uma turma de duas dezenas de alunos, aos cuidados específico­s que a PEA exige. Admite ainda que os profission­ais da educação especial das escolas muitas vezes não conseguem dispor do tempo e atenção que estas crianças precisam para a sua integração, reforçando que há falta de recursos humanos e formação no sentido de sensibiliz­ar a comunidade escolar para estas problemáti­cas. Quanto à ação do Governo Regional, a diretora técnica da APPDA considera que este está atento a estas patologias, tentando colmatar as lacunas com contrataçõ­es de professore­s e educadores especializ­ados bem como psicólogos que trabalham em conjunto para a normal integração destas crianças.

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‘Os Grandes Azuis’ oferecem atividades interativa­s e estimulant­es.

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