5% dos casos de indisciplina são graves
No Encontro de Convivialidade Escolar, foram apresentados dados sobre indisciplina nas escolas. Apenas 5% dos casos são comportamentos graves.
Do total de participações disciplinares nas escolas da Região, cerca de 5% referem-se a situações graves - e que implicam medidas corretivas aos alunos -, nas quais se incluem casos de bullying. A informação foi prestada aos jornalistas por Gonçalo Olim, da Direção de Serviços de Apoio Técnico Especializado da Direção Regional de Educação, momentos antes ao início do VII Encontro da Convivialidade, Ética e Mediação Escolar, que se realizou ontem no auditório da Escola Básica Dr. Horácio Bento de Gouveia.
Esse evento visou a apresentação do projeto da Convivialidade Escolar aos vários estabelecimentos de ensino da Região e a apresentação dos dados estatísticos relativos aos últimos cinco anos, sobre comportamentos desviantes dos alunos nas escolas da Região, com maior incidência nos 2.º e 3.º ciclos.
Apesar de os dois últimos dois anos letivos não poderem ser comparáveis com os anteriores, devido à pandemia, a DRE tem verificado uma descida significativa dos casos de indisciplina nas escolas, como aliás noticiou ontem o JM. O nosso Jornal dava conta que, desde que surgiu o projeto da Convivialidade Escolar, em 2012/2013, a indisciplina diminuiu 37,3%.
Nos casos de bullying, tal como referido, estes incluem-se nos 5% de casos mais graves de comportamentos desviantes nas escolas. A DRE conta com uma equipa coordenadora específica para acompanhar estas situações, quer ao nível do apoio à vítima, como ao agressor e motivos pela sua conduta.
Por outro lado, questionado sobre os dados relativos aos dois últimos anos letivos, em pandemia e em que no primeiro ano houve aulas apenas no primeiro período - em que em 2019/2020 foram registadas 3.142 participações e, no ano passado, 4.264, como noticiou o JM – Gonçalo Olim explicou que, normalmente, a maioria das situações ocorre nos primeiros meses do ano letivo, em particular com alunos do 5.º e do 7.º anos.
De salientar ainda que a DRE tem estado atenta a um novo fenómeno, que passa pelo cyberbulling, na utilização das redes sociais “para difamação, lançamento de boatos e ofensas verbais. Temos detetado alguns casos que as escolas também solicitam a nossa ajuda”.
Já Célia Perestrelo, coordenadora do Projeto de Convivialidade, Ética e Mediação Escolar, disse aos jornalistas que as escolas estão cada vez mais recetivas a este tipo de programas, tanto que, neste ano letivo, estão já inscritas 51 escolas do 1.º ciclo e 14 dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. A seu ser, há uma maior sensibilidade para o trabalho das competências socio-emocionais das crianças e jovens. “Vivemos tempos em que a Educação não pode passar apenas pela aprendizagem académica, mas também por este tipo de aprendizagem de competências de vida”.