Levantamento urgente de atrasos e carências
Defendem que só com este levantamento se poderá traçar um plano de ação “claro e objetivo” para recuperar dos atrasos impostos pela pandemia.
Seis bastonários da área da Saúde assinaram ontem um artigo de opinião a defender urgência de um levantamento rigoroso dos atrasos e das carências no setor para traçar um plano de recuperação imediata da assistência aos portugueses.
No artigo, ontem publicado no jornal Público e assinados pelos bastonários das ordens dos nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, biólogos, médicos e dentistas, os responsáveis defendem que só com este levantamento “rigoroso” se poderá traçar um plano de ação “claro e objetivo” para recuperar dos atrasos impostos pela pandemia.
Além da importância de conhecer os atrasos na assistência médica aos portugueses, querem que sejam igualmente conhecidos as reais carências e os défices materiais e organizacionais do sistema.
Dizem que só assim se consegue programar um plano de resposta com vista à recuperação da assistência aos portugueses e à criação de condições “que permitam enfrentar com tranquilidade os desafios futuros do setor da saúde”.
“A reestruturação e o robustecimento do sistema de Saúde devem ser considerados objetivos de prioridade máxima tendo em vista o seu financiamento no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, de forma a garantir o acesso de todos os portugueses a cuidados de saúde integrais e de qualidade, bem como a plena resposta às suas reais necessidades”, escrevem.
Os bastonários dizem- se “exaustos após quase dois anos de luta contra a pandemia da covid-19, inquietos com o atraso acumulado na resposta às demais patologias e preocupados com a ausência de uma estratégia robusta e coerente que permita enfrentar os problemas e os défices crónicos do sistema de saúde”.
No artigo divulgado, consideram que a recuperação dos atrasos existentes “não pode nem deve ignorar a necessidade de uma estratégia clara de consolidação do sistema”, cuidando, desde já, de aspetos que consideram essenciais, como “a aposta na prevenção, na assistência de proximidade e na promoção de estilos de vida mais saudáveis”.
“Se o país não estava bem antes da pandemia, agora está pior”, consideram.