JOÃO SILVA CONQUISTOU LISBOA
Foi um regresso muito feliz o de João Silva ao volante do Citroën DS3 R5 no passado fim de semana. O madeirense, navegado por Victor Calado, venceu a prova extra do novo Rally de Lisboa. Refira-se que, nos tempos mais recentes, o piloto tem estado mais focado no karting, embora tenha participado na última edição do Rali Vinho Madeira, onde terminou na 13.ª posição, fazendo dupla com Rui Rodrigues, aos comandos de um Renault Clio Rally4.
À conversa com o Jm-madeira, João Silva mostrou-se muito satisfeito com a experiência que desfrutou neste regresso às estradas do continente nove anos depois. “As sensações foram muito positivas, pois queríamos participar nesta primeira edição do Rally de Lisboa. É um rali novo, com troços muito exigentes que acabou por correr bem. Nós conseguimos na soma dos troços ser os mais rápidos”, explicou o piloto de 33 anos.
No estreante rali disputado no distrito de Lisboa – nos concelhos de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Vila Franca de Xira ou Cadaval e com parque de assistências em plena capital, nomeadamente no Parque das Nações - para além de João Silva, outros dois madeirenses estiveram também a competir, concretamente as duplas Filipe Freitas/daniel Figueiroa e Paulo Mendes/roberto Figueira, que terminaram em 5.º e 9.º lugar, respetivamente, ambas em Porsche 991 GT3, também na prova extra.
Refira-se que devido a questões regulamentares, os ralis dos campeonatos regionais não podem ter alguns carros a correr simultaneamente com os concorrentes inscritos no campeonato. Ou seja, tendo em conta que o Rally de Lisboa é candidato ao Campeonato Sul de Ralis, os pilotos com ‘melhores’ viaturas, da categoria X5-16 fizeram um rali à parte, denominado de prova extra. Foi o caso da ‘armada’ madeirense.
Apenas quatro das seis classificativas previstas para a prova extra foram realizadas, devido à anulação do segundo troço, fruto do acidente de Rui Sousa, e ao cancelamento da superespecial da Alta de Lisboa. Ainda assim, apesar dos contratempos que encontrou, o vencedor João Silva regressa à Madeira com o sentimento de dever cumprido. “Encontrámos algumas dificuldades. Primeiramente o reconhecimento do traçado, porque fizemos muitas poucas passagens. Depois, como as viaturas R5 faziam parte da prova extra, partimos após as viaturas do Regional. Encontrávamos os pisos muito sujos, o que dificultava mais o nosso andamento. Mas, à parte disso, correu bem. Foi um rali muito bem organizado, com uma imagem e uma envolvência muito grandes. Estamos muito satisfeitos por isso”, revelou o piloto, que ganhou duas das quatro classificativas. Filipe Freitas também foi o mais veloz em uma das especiais.
Futuro ainda por definir
Depois de em 2017 e 2018 ter corrido com o Citroën DS3 R5 a tempo inteiro, sagrando-se vice-campeão da Madeira absoluto duas vezes, e de ter feito três provas em 2019, desde o Rali Vinho Madeira de há dois anos que João Silva não tinha contacto competitivo com a viatura. Ou seja, o Rally de Lisboa poderá ter servido de ‘aperitivo’ para o futuro.
Ainda assim, o madeirense esclarece ao Jornal que em relação a 2022 ainda não há um plano delineado. “Ainda não temos um projeto definido para o próximo ano, nem para a Madeira nem para o continente. Gostávamos de ter um projeto forte na Região para lutar pela vitória, ou no continente exclusivamente para competir, até porque é difícil montar um projeto vencedor em um campeonato que eu não conheça. Mas neste momento não há nenhum projeto, não há nada em curso. Mas claro que há uma vontade, vamos ver o que conseguimos fazer. Se virmos que pontualmente possamos competir em algumas provas interessantes, já não é mau. Esse será o caminho mais fácil”, desvendou.
Com créditos firmados no automobilismo regional, João Silva iniciou a carreira com apenas 19 anos, em 2007, ao volante de Toyota Yaris. Em 2011 evoluiu no Campeonato Nacional de Ralis com um Renault Clio R3 Maxi e em 2012 focou atenções no WRC Academy com um Ford Fiesta R2.