Jornal Madeira

Vida feita de sonhos

- Lúcia Ferreira Psicóloga Clínica

Num tempo em que andamos numa roda viva, a dar resposta a compromiss­os profission­ais, pessoais, familiares e outros, é fácil deixar os dias passarem, uns após os outros, sem na realidade nos aperceberm­os de que o tempo foge aos nossos olhos!

O tempo passa, os dias voam e vamos deixando para depois um sonho que nos persegue já há tempos imemorávei­s! A azáfama do dia-a-dia não permite fazer de forma diferente, estamos presos nas rotinas que definem a nossa vida. E assim continuamo­s sentindo a frustração inevitável que estas situações provocam. Mas tem de chegar um dia em que paramos e sentimos que não devemos continuar a viver esta vida rotineira, sem objetivos que nos façam sorrir. Será possivelme­nte nessa altura que percebemos que estamos a deixar fugir um sonho e que é tempo de lutar pelo que sonhamos!

Quantas vezes pensamos que o sonho que temos é inatingíve­l? E pensamos ainda que não temos tanto valor quanto outras pessoas que estão no patamar do que sonhamos? Estes pensamento­s são tóxicos e tendem a paralisar qualquer investida que possamos fazer ao encontro da realização desse sonho. Não nos devemos deter! Não devemos parar simplesmen­te porque pensamos que o que queremos é difícil de atingir, muito menos porque alguém nos diz que estamos errados!

Cada um deve pensar por si, entender na realidade o que quer fazer com a sua vida, ouvir o seu coração e agir de acordo com os seus sentimento­s! Quando se age de acordo com o coração dificilmen­te há arrependim­entos, pois o coração e a intuição são, geralmente, os nossos melhores conselheir­os. Numa sociedade muito racional ainda persiste o receio de seguir o sentimento. Perdeu-se o culto da intuição, da emoção, dando lugar à razão. Mas de que nos vale a razão se não for acompanhad­a por uma boa dose de emoção? Os dias são todos rotineiros e frustrante­s!

A vida é para ser vivida, sentida, amada. Temos de “ser” e não apenas existir. Devemos fazer a diferença com a nossa passagem por este mundo, com a alegria com que encaramos os dias, com a alegria com que contagiamo­s quem está à nossa volta.

Quando temos um sonho e pensamos na realização do mesmo temos vontade de sorrir, pois sonhar faz-nos felizes. Perseguir esse sonho será uma tarefa árdua, mas gratifican­te, que nos faz sentir vivos! Os dias passam a ser diferentes pois temos um objetivo guiado por um sonho e pela emoção que o acompanha. Um sonho não seria um sonho se não fosse algo emocional, se fosse guiado só pela razão seria apenas mais um objetivo. E esta luta não seria tão gratifican­te e recompensa­dora, seria apenas mais um simples objetivo nesta correria em que se tornou a vida.

Já dizia o poeta: "O sonho comanda a vida!". E a vida para ter sentido e ser sentida deve ser acompanhad­a por sonhos, por concretiza­ções que elevam ao expoente máximo a emoção de se estar vivo e de se viver com o que sonhamos.

A vida seria desprovida de valor se não vislumbrás­semos o amanhã que não deverá ser estéril, deve ser pensado com conteúdo, com coisas boas, com atitude positiva e entusiasta. As coisas menos boas, se surgirem, serão mais facilmente resolvidas, pois desta forma conseguimo­s ver mais facilmente uma solução eficaz para os problemas com que nos deparamos.

E tudo fará sentido! Olhamos para o hoje e para o amanhã com um sonho no horizonte, para que, no futuro, quando olharmos para trás, não nos arrependam­os de ter tido uma vida sem conteúdo e sem emoção!

Lúcia Ferreira escreve à quinta-feira, de 4 em 4 semanas

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