EUA ameaçam Rússia com sanções inéditas
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertiu hoje a Rússia de que a NATO imporá sanções económicas caso Moscovo opte por um novo ataque militar contra a Ucrânia, em cuja fronteira concentra tropas de combate.
Blinken, que falava numa conferência de imprensa no final da reunião de dois dias dos chefes da diplomacia dos Estados-membros da NATO, em Riga, salientou que até agora os Aliados abstiveram-se de aplicar sanções económicas à Rússia.
“Se a Rússia prosseguir o caminho da confrontação na Ucrânia responderemos com determinação, incluindo sanções económicas que temos evitado usar”, afirmou.
O chefe de a diplomacia dos EUA disse ter partilhado a ideia com os aliados e parceiros e que “encontrou uma enorme solidariedade” em termos de “determinação e vontade de adotar medidas fortes caso a Rússia invada a Ucrânia”.
Blinken não especificou que medidas serão, mas assegurou que trabalhará estreitamente com os aliados e países parceiros nos próximos dias e semanas para abordar os detalhes.
Nas últimas semanas a “Rússia acelerou o planeamento de uma potencial ação militar na Ucrânia, incluindo o posicionamento de dezenas de milhar de efetivos de combate adicionais junto à fronteira ucraniana”.
Rússia acusa Ucrânia
A Rússia acusou hoje a Ucrânia de estar a reunir tropas no leste do país, onde Kiev luta contra os separatistas pró-russos.
Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, disse que o “exército ucraniano está a reforçar a sua capacidade militar, trazendo equipamento pesado e pessoal” para o leste.
Segundo adiantou, 125 mil soldados, ou “metade das forças armadas ucranianas”, estão localizados naquela zona perto da fronteira com a Rússia, onde partes do território estão sob o controlo dos separatistas pró-russos.
Maria Zakharova acusou também Kiev de sabotar o processo de paz iniciado em 2015 com os separatistas, planeando exercícios militares com tropas estrangeiras no próximo ano, sendo este um motivo de "grande preocupação" em Moscovo.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, criticou a “política destrutiva” dos países da NATO, que “procuram atrair a Ucrânia para a sua órbita e transformá-la num país anti-russo”.