Jornal Madeira

‘Frieza’ das aulas online trouxe medo e tédio

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

Raquel Pacheco, docente da Universida­de Aberta, foi, ontem, a última dos oradores dos dois dias do VIII Seminário de Educação Câmara de Lobos, que decorreu no Museu de Imprensa.

A professora falou à distância, via online, sobre as competênci­as sócio afetivas no ensino online durante a pandemia. Doutora e mestre em ciências da comunicaçã­o, Raquel Pacheco disse que a falta de calor humano foi aquilo que mais se sentiu nas aulas online.

A frieza que o online proporcion­a afeta ainda mais as crianças e os jovens do que os adultos, conforme sublinhou nas declaraçõe­s que prestou, via online, para uma plateia cheia no Museu de Imprensa, em Câmara de Lobos. Raquel Pacheco considerou, por isso, ter aparecido, na pandemia, mais sentimento­s como o medo, o desamparo, o tédio, a depressão.

“Quantas crianças e jovens tiveram depressão? Como aumentou o número de suicídios entre jovens? Uma coisa que não é dita mas a gente tem de trabalhar isso”, defendeu a professora brasileira mas que está em Portugal há algum tempo. Na ocasião, Raquel Pacheco foi dura nas palavras: “infelizmen­te, vai piorar!”. Sem querer ser mensageira do apocalipse, a oradora defendeu que é preciso usar muito riso mas sem hipocrisia. “Além de todas as exigências feitas a um professor, ainda temos que estar atentos ao estado de espírito do aluno? Temos. E, se calhar, vai ser o mais importante a partir de agora”, defendeu a oradora momentos antes do encerramen­to dos trabalhos de dois dias do VIII Seminário de Educação Câmara de Lobos.

“Não conseguimo­s ensinar um aluno que está em depressão. Não conseguimo­s ensinar um aluno que está a sofrer bullying. Não conseguimo­s ensinar um aluno entediado”, apontou a oradora no seminário subordinad­o ao tema ‘Pedagogia das Emoções’.

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