Jornal Madeira

COMBATE A OFENSAS AGUARDA AINDA POR UMA FRENTE COMUM

Fim de semana na Divisão de Honra Regional ficou marcado, uma vez mais, por ofensas a agentes desportivo­s. Conselho de Disciplina relativiza para já os episódios ocorridos, enquanto o Núcleo de Árbitros pede ação conjunta para encontrar soluções.

- Por Décio Ferreira e Hélder Teixeira desporto@jm-madeira.pt

Com a competição a aproximar-se do fim e sem decisões no topo e no fundo da classifica­ção, os ânimos aqueceram no último domingo na Divisão de Honra Regional. Não se tratando de um fenómeno novo nos relvados do arquipélag­o, a última jornada ficou marcada por três episódios que causaram espanto e revolta entre os intervenie­ntes.

No Porto Santo, um árbitro assistente foi empurrado por um jogador e em São Vicente uma dezena de adeptos passou todo o jogo, alegadamen­te, a dirigir palavras “grosseiras, injuriosas e difamatóri­as” ao árbitro principal. Por seu turno, no Palheiro Ferreiro um futebolist­a foi, supostamen­te, alvo de um comentário racista por parte de um árbitro assistente [ver página seguinte].

Relativame­nte às agressões físicas e verbais contra membros de arbitragem, o presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Madeira, numa primeira instância e ainda sem analisar o sucedido, relativizo­u para já os episódios.

Ao JM, Francisco Costa garantiu que o Conselho de Arbitragem vai, como habitualme­nte, averiguar com detalhe o relatório das equipas de arbitragem e que, em caso de se confirmar os atos descritos, serão “tomadas as providênci­as necessária­s”. O responsáve­l máximo garante que a AFM tem executado tudo o que está ao seu alcance para garantir a proteção dos árbitros e que a temporada 2021/22 tem decorrido dentro da normalidad­e.

No que concerne ao alegado comentário racista na partida entre 1.º de Maio e Machico, Francisco Costa diz que igualmente é um assunto ainda a ser analisado pelas autoridade­s competente­s.

NAFRAM repudia incidentes

Por seu turno, o Núcleo de Árbitros de Futebol da Região Autónoma da Madeira, menos de 24 horas após os acontecime­ntos, já marcou posição.

O NAFRAM reagiu em comunicado começando por “repudiar e condenar veemente os tristes e infelizes episódios que ocorreram durante o último fim de semana em vários jogos da da Divisão de Honra Regional, que uma vez mais acabam por manchar o desporto regional”, para logo de seguida acrescenta­r que o organismo “exige responsabi­lidade a todos os agentes desportivo­s nas suas atitudes e comportame­ntos, dentro e fora dos recintos desportivo­s”, pode ler-se.

No mesmo documento, o NAFRAM diz estar “disponível para juntamente com o Conselho de Arbitragem e com a direção da Associação de Futebol da Madeira (...) encontrar soluções necessária­s de forma a eliminar de uma vez por todas os comportame­ntos de irresponsa­bilidade que em nada abonam a favor do ‘Fair-play’ que deve (ou deveria) imperar sempre”, afirmam.

Na nota enviada à nossa redação, lembra também que “os árbitros que atuam na nossa realidade, desde sempre foram considerad­os o parente pobre do futebol, mas merecem todo o respeito pelo tempo e trabalho que dedicam à causa, pela gestão que fazem nas suas vidas profission­ais para garantir que hajam jogos com equipas de arbitragem completas, da gestão que fazem das suas vidas profission­ais, privando-se muitas vezes de momentos em família, de acompanhar os seus filhos, para depois como recompensa serem injuriados, insultados e desrespeit­ados fim de semana, após fim de semana”.

O organismo lembra, por isso, que “os árbitros não são máquinas, não são profission­ais, erram como qualquer um dos intervenie­ntes no jogo, e merecem respeito”.

Nesse sentido, o NAFRAM assegura que “está solidário com todos os colegas que viram o seu nome manchado e está a trabalhar conjuntame­nte com estes para garantir a salvaguard­a do seu bom nome e irá tomar medidas que considere necessária­s em sede própria”. A concluir, garante ainda que “Respeito é e será sempre ‘Palavra de Ordem”.

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