Vistos gold valem 7 milhões de euros em “ano decisivo”
A Região está a beneficiar da alteração de regras ao nível nacional e nunca o mercado esteve tão dinâmico, mas o crescimento pode ‘esbarrar’ nas dificuldades do SEF em dar resposta.
O investimento captado pela Madeira através dos vistos gold rondou pelo menos 7 milhões de euros, desde o início deste ano.
“Este é o valor que eu tenho conhecimento pessoal”, explica a gestora de vistos gold, Tânia Castro.
Tendo por base o dinamismo do mercado imobiliário na atual conjuntura, a receita arrecadada deve ser superior, cabendo ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a divulgação de dados mais precisos, entidade a quem o JM enviou, em abril, um pedido de informação, não obtendo até à data qualquer resposta.
Não obstante, Tânia Castro, que conta com uma vasta experiência na gestão dos vistos gold, dá conta de uma forte dinâmica no mercado imobiliário que, a manter-se, pode superar as expetativas quanto ao investimento previsto para a Região. “O mercado imobiliário está numa fase muito popular por várias razões, entre elas as questões relacionadas com a covid-19 e a notável atratividade que a Madeira tem vindo a conquistar no setor tecnológico”, explica a especialista.
A oferta do imobiliário residencial respondeu com eficácia à procura e o momento é de retorno, sublinha Tânia Castro, lembrando que toda esta dinâmica é responsável pela criação de emprego e atração de mais investimento.
SEF é determinante
A extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foi decidida pelo anterior Governo e aprovada em novembro de 2021 na Assembleia da República, tendo sido adiada de janeiro para maio devido à pandemia de covid-19.
Recentemente, o Ministério da Administração Interna ( MAI) voltou a garantir que a reforma do SEF vai concretizar-se e que “todo o processo de reestruturação vai ser claro e transparente”.
Para Tânia Castro, é importante que se implemente uma solução célere. A gestora de vistos gold compreende que o processo de restruturação a par com outros dossiers, como seja o incremento dos processos dos refugiados, possa afetar o funcionamento do SEF, mas o momento é decisivo para a Região, que beneficia este ano de uma alteração de regras ao nível nacional, pelo que urge uma tomada de decisão.
“Porque o momento é decisivo, é preciso que o SEF volte ao normal funcionamento. É preciso que se crie uma plataforma, uma solução que passe por recursos técnicos e humanos que permitam responder à procura”, vinca a especialista.