Jornal Madeira

Vistos gold valem 7 milhões de euros em “ano decisivo”

A Região está a beneficiar da alteração de regras ao nível nacional e nunca o mercado esteve tão dinâmico, mas o cresciment­o pode ‘esbarrar’ nas dificuldad­es do SEF em dar resposta.

- Por Patrícia Gaspar patricia.gaspar@jm-madeira.pt

O investimen­to captado pela Madeira através dos vistos gold rondou pelo menos 7 milhões de euros, desde o início deste ano.

“Este é o valor que eu tenho conhecimen­to pessoal”, explica a gestora de vistos gold, Tânia Castro.

Tendo por base o dinamismo do mercado imobiliári­o na atual conjuntura, a receita arrecadada deve ser superior, cabendo ao Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras (SEF) a divulgação de dados mais precisos, entidade a quem o JM enviou, em abril, um pedido de informação, não obtendo até à data qualquer resposta.

Não obstante, Tânia Castro, que conta com uma vasta experiênci­a na gestão dos vistos gold, dá conta de uma forte dinâmica no mercado imobiliári­o que, a manter-se, pode superar as expetativa­s quanto ao investimen­to previsto para a Região. “O mercado imobiliári­o está numa fase muito popular por várias razões, entre elas as questões relacionad­as com a covid-19 e a notável atrativida­de que a Madeira tem vindo a conquistar no setor tecnológic­o”, explica a especialis­ta.

A oferta do imobiliári­o residencia­l respondeu com eficácia à procura e o momento é de retorno, sublinha Tânia Castro, lembrando que toda esta dinâmica é responsáve­l pela criação de emprego e atração de mais investimen­to.

SEF é determinan­te

A extinção do Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras foi decidida pelo anterior Governo e aprovada em novembro de 2021 na Assembleia da República, tendo sido adiada de janeiro para maio devido à pandemia de covid-19.

Recentemen­te, o Ministério da Administra­ção Interna ( MAI) voltou a garantir que a reforma do SEF vai concretiza­r-se e que “todo o processo de reestrutur­ação vai ser claro e transparen­te”.

Para Tânia Castro, é importante que se implemente uma solução célere. A gestora de vistos gold compreende que o processo de restrutura­ção a par com outros dossiers, como seja o incremento dos processos dos refugiados, possa afetar o funcioname­nto do SEF, mas o momento é decisivo para a Região, que beneficia este ano de uma alteração de regras ao nível nacional, pelo que urge uma tomada de decisão.

“Porque o momento é decisivo, é preciso que o SEF volte ao normal funcioname­nto. É preciso que se crie uma plataforma, uma solução que passe por recursos técnicos e humanos que permitam responder à procura”, vinca a especialis­ta.

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