Adesão à UE é questão de “guerra ou de paz”
O chefe da diplomacia ucraniana considerou ontem em Kiev a adesão do seu país à União Europeia (UE) uma “questão de guerra ou de paz”e congratulou-se com a “mudança de posição” da política externa de Berlim face à Rússia.
“Devo sublinhar que a adesão da Ucrânia à União Europeia [UE] é uma questão de guerra ou de paz”, declarou Dmytro Kuleba durante uma conferência de imprensa em Kiev com a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock.
“Uma das razões pelas quais a guerra começou é que [o Presidente russo, Vladimir Putin] estava convencido que a Europa não necessitava da Ucrânia”, frisou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano também indicou que caso os europeus ponham termo às suas “ambiguidades sobre as perspetivas da Ucrânia” em integrar a UE, Moscovo “abandonará as suas tentativas de retomar [o controlo] da Ucrânia”.
Bruxelas deve emitir em junho o seu parecer sobre a obtenção pela Ucrânia do estatuto de candidato à UE.
O responsável ucraniano também se felicitou pela “alteração da posição” de Berlim na sua política externa face a Moscovo.
“Gostava de agradecer à Alemanha de ter alterado a sua posição sobre um certo número de questões”, incluindo “a sua política tradicional dirigida à Rússia”, declarou Kubela.
“A Alemanha alterou a sua posição sobre o fornecimento de armas à Ucrânia e o chanceler Scholz anunciou o início de uma nova política face à Rússia”, sublinhou o ministro, ao qualificar de “grande viragem histórica” o facto de "a Alemanha defender a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”.
Disse ainda estar “reconhecido a Berlim” por ter “apoiado a aplicação de um embargo ao petróleo russo”.