SESARAM abre concurso no segundo semestre
O enfermeiro diretor do SESARAM reconhece que fazem falta mais profissionais de enfermagem no serviço regional de saúde. Frisando o “bom ambiente” e as condições dadas pela tutela para, por exemplo desbloquear as carreiras dos enfermeiros, José Manuel Ornelas não esconde, porém que os dois anos de pandemia aumentaram sobremaneira a exigência sobre estes profissionais.
“Estão cansados, estão exaustos, mas continuam a fazer o seu melhor”, diz, ao JM, justificando a necessidade de entrada de novos enfermeiros, algo que acontecerá na segunda metade de 2022. “Isso está já estipulado entre a Secretaria Regional da Saúde e o Conselho de Administração [do SESARAM].”
De acordo com o responsável, a espera pelo segundo semestre deve-se ao facto de não existir, por agora, “uma quantidade de enfermeiros no mercado assim tão elevada”. “Por isso, só vamos abrir o concurso no segundo semestre, para dar a oportunidade aos novos enfermeiros de terminarem o curso”, adianta.
Atualmente, o SESARAM emprega 1.983 enfermeiros, indica José Manuel Ornelas, acrescentando que, entre 2021 e 2022 já entraram 37 novos profissionais da área no serviço regional de saúde. No sentido inverso, desde janeiro de 2021, registaram-se 18 saídas de enfermeiros, por aposentação ou renúncia de contrato.
“Em todas as áreas, quer ao nível dos cuidados primários, cuidados continuados, paliativos, ou ao nível dos serviços de internamento, foi feito um grande esforço por parte dos enfermeiros”, sublinha, lembrando que “foi muitas vezes necessário cancelar férias” e “recorrer a muito trabalho suplementar”.
Ainda assim, realça, a Madeira apresenta um rácio de 9.4 enfermeiros para cada mil habitantes, superior ao dos Açores (9.3) e de Portugal continental (7.6).
Outras situações que suportam a necessidade de reforço de pessoal incluem os internamentos por motivos sociais, como as altas problemáticas. “Atualmente, temos 65 doentes que já tiveram alta clínica, mas que por não terem condições para estar no domicílio, continuam internados no hospital”, adianta, lembrando que estas pessoas precisam também de cuidados, o que resulta numa sobrecarga para enfermeiros, médicos e assistentes operacionais.
Para além disso, José Manuel Ornelas aponta ainda ao número de profissionais com licenças por doença, isolamento, gravidez, e outras situações ligadas à maternidade e paternidade. “Se formos a somar com outras situações, como férias, faltas, e outras licenças, estamos permanentemente com mais de 15% dos enfermeiros ausentes do serviço”, regista.