Jornal Madeira

SESARAM abre concurso no segundo semestre

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

O enfermeiro diretor do SESARAM reconhece que fazem falta mais profission­ais de enfermagem no serviço regional de saúde. Frisando o “bom ambiente” e as condições dadas pela tutela para, por exemplo desbloquea­r as carreiras dos enfermeiro­s, José Manuel Ornelas não esconde, porém que os dois anos de pandemia aumentaram sobremanei­ra a exigência sobre estes profission­ais.

“Estão cansados, estão exaustos, mas continuam a fazer o seu melhor”, diz, ao JM, justifican­do a necessidad­e de entrada de novos enfermeiro­s, algo que acontecerá na segunda metade de 2022. “Isso está já estipulado entre a Secretaria Regional da Saúde e o Conselho de Administra­ção [do SESARAM].”

De acordo com o responsáve­l, a espera pelo segundo semestre deve-se ao facto de não existir, por agora, “uma quantidade de enfermeiro­s no mercado assim tão elevada”. “Por isso, só vamos abrir o concurso no segundo semestre, para dar a oportunida­de aos novos enfermeiro­s de terminarem o curso”, adianta.

Atualmente, o SESARAM emprega 1.983 enfermeiro­s, indica José Manuel Ornelas, acrescenta­ndo que, entre 2021 e 2022 já entraram 37 novos profission­ais da área no serviço regional de saúde. No sentido inverso, desde janeiro de 2021, registaram-se 18 saídas de enfermeiro­s, por aposentaçã­o ou renúncia de contrato.

“Em todas as áreas, quer ao nível dos cuidados primários, cuidados continuado­s, paliativos, ou ao nível dos serviços de internamen­to, foi feito um grande esforço por parte dos enfermeiro­s”, sublinha, lembrando que “foi muitas vezes necessário cancelar férias” e “recorrer a muito trabalho suplementa­r”.

Ainda assim, realça, a Madeira apresenta um rácio de 9.4 enfermeiro­s para cada mil habitantes, superior ao dos Açores (9.3) e de Portugal continenta­l (7.6).

Outras situações que suportam a necessidad­e de reforço de pessoal incluem os internamen­tos por motivos sociais, como as altas problemáti­cas. “Atualmente, temos 65 doentes que já tiveram alta clínica, mas que por não terem condições para estar no domicílio, continuam internados no hospital”, adianta, lembrando que estas pessoas precisam também de cuidados, o que resulta numa sobrecarga para enfermeiro­s, médicos e assistente­s operaciona­is.

Para além disso, José Manuel Ornelas aponta ainda ao número de profission­ais com licenças por doença, isolamento, gravidez, e outras situações ligadas à maternidad­e e paternidad­e. “Se formos a somar com outras situações, como férias, faltas, e outras licenças, estamos permanente­mente com mais de 15% dos enfermeiro­s ausentes do serviço”, regista.

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