APAVT alerta para perigo das taxas na agressiva ‘guerra’ entre destinos
Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo teme que a introdução de novos custos possa afetar a procura pela Madeira e pede monitorização à reação dos mercados turísticos.
O presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), alertou, ontem, para os perigos subjacentes à instituição de taxas de acesso a locais turísticos. Pedro Costa Ferreira teme que os ingressos pagos possam penalizar a competitividade do destino.
Em declarações à rádio 88.8 e ao JM, o porta-voz das agências de viagens lembra, que não obstante a excelente performance turística, a incerteza da atual conjuntura é grande, assim como a competição entre destinos.
“A incerteza é muito grande. A competição entre destinos é enorme. Vamos ter campanhas muito agressivas, quer de marketing, quer de preço e, portanto, todo o cuidado é pouco quando se institui novos custos para o consumidor”, avisa, lembrando que “tudo o que aumenta o preço pode afastar procura”.
Ainda assim, e porque “cada caso é um caso”, Pedro Costa Ferreira entende que “o mais importante é ter noção de equilíbrio” e monitorizar a resposta da procura, uma atenção que deve ser tida em conta no caso do percurso pedestre do Cais do Sardinha e do acesso ao Cabo Girão que vão passar a ser pagos.
“É importante haver uma monitorização muito grande à reação da procura. Se não reduzir, ótimo. Nesse caso, que a verba seja usada para melhorar a experiencia turística”, observa o líder da APAVT, associação que lançou, ontem, uma campanha para promover as vantagens de reservar numa agência
de viagens.
“A competição entre destinos é enorme. Vamos ter campanhas muito agressivas [...] portanto, todo o cuidado é pouco quando se institui novos custos”.
Madeira é “caso de estudo”
No que toca à recuperação do setor turístico regional, Pedro Costa Ferreira acredita que a Madeira “vai ficar no histórico do mercado emissor português” como um “caso excecional” de crescimento durante a pandemia, sobretudo junto do mercado nacional.
“Na relação com o mercado nacional, a Madeira foi um caso mais extraordinário que bateu recorde de vendas nas nossas agências”, frisa o presidente da APAVT, que deixa elogios à forma como o Governo Regional se posicionou, soube comunicar e ganhar mercado.