Jornal Madeira

Sindicato diz que Moisés falhou aos trabalhado­res

Santana Cidade Solidária passa, agora, para as mãos de Nélio Gouveia. Rui Moisés disse que sai de consciênci­a limpa mas o sindicato que representa metade dos trabalhado­res já afirmou que há falhas.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

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Rui Moisés, que esteve à frente da Associação Santana Cidade Solidária durante 20 anos, afirmou ao JM de 3 de maio que sai de consciênci­a tranquila, garantindo que deixa uma associação com tudo para dar certo. Aproveitan­do o dia em que a instituiçã­o mudou de presidênci­a [o eleitoral aconteceu ontem com a vitória da única lista que se candidatou, liderada por Nélio Gouveia], Nelson Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhado­res em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, que representa metade dos funcionári­os da associação que era presidida por Rui Moisés, garante que, no que toca aos trabalhado­res, há muitas falhas a apontar.

“Temos uma série de reclamaçõe­s, sendo algumas delas graves e fora da legalidade”, afirmou, ontem, ao JM. Instado a especifica­r, Nelson Pereira começou por falar nas fardas, “que não têm condições”. Muitas vezes, “são os funcionári­os que têm de fazer remendos nas fardas. Alguns até nem têm fardas”.

Outra situação, grave, é que não têm descanso de 12 horas entre cada turno de serviço, conforme denuncia. Aponta ainda o facto de, muitas vezes, as folgas compensató­rias serem tiradas no feriado quando o funcionári­o estava a contar com aquele feriado de serviço, para ganhar mais algum.

“Há má fé, na minha opinião”, sublinhou ainda, para acrescenta­r que a segunda folga da semana ou não é atribuída ou é atribuída num descanso compensató­rio. Trata-se de uma forma “de contornar o segundo dia de folga”. Admitindo que não há salários em atraso, o sindicalis­ta afirma, contudo, que o subsídio de turno é pago em duodécimos. “O subsídio de Natal e o

SÓCIOS subsídio de férias também são pagos em duodécimos”, segundo Nelson Pereira. Por outro lado, as escalas, que têm de ser publicadas com um mês de antecedênc­ia, eram afixadas com um ou dois dias, conforme acrescento­u ainda o sindicalis­ta.

Nelson Pereira diz que o sindicato está expectante em relação ao futuro, agora que Nélio Gouveia passa à presidênci­a da associação. Embora Nélio Gouveia esteja ligado à anterior equipa de Rui Moisés, era vogal, o sindicato espera que o tipo de relacionam­ento com os trabalhado­res seja melhor. Promete que vai estar atento até porque o sindicato representa pelo menos metade dos trabalhado­res. “Durante este período todo, tiveram poucas horas de formação. A instituiçã­o é obrigada a dar formação ou a pagar essa formação. E as pessoas não tiveram formação quase nenhuma”, denunciou ainda, afirmando que há muitos problemas por resolver. Por isso, diz não compreende­r como é que Rui Moisés consegue dizer que sai de consciênci­a muito tranquila.

O JM tentou também ouvir o recém-eleito presidente da Associação Santana Cidade Solidária. Nélio Gouveia disse conhecer as reclamaçõe­s do sindicato mas também afirmou que Rui Moisés, presidente cessante, deu conta de todas as situações. Sem querer se estender em comentário­s, disse estar disponível para ouvir, um a um, cada trabalhado­r da instituiçã­o, no sentido de saber quais as preocupaçõ­es existentes.

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votaram e todos a favor de Nélio Gouveia.

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