Jornal Madeira

Rússia alerta NATO para risco de guerra nuclear total

O objetivo de travar a expansão da NATO a leste foi um dos argumentos usados pela Rússia para entrar em guerra com a Ucrânia. No entanto, a invasão levou a Finlândia e a Suécia a ponderar o abandono da sua neutralida­de histórica para aderir formalment­e à

- Por Carla Sousa/lusa carlasousa@jm-madeira.pt

A Rússia volta a sentir, de novo, que o tiro saiu pela culatra e que, afinal, o objetivo de travar a expansão da NATO a leste - um dos argumentos usados pelo Kremlin para entrar em guerra com a Ucrânia – não está a surtir efeitos. Antes pelo contrário. A Rússia alertou ontem que a ajuda militar ocidental à Ucrânia e os exercícios da NATO perto das suas fronteiras aumentam a probabilid­ade de um conflito direto e o risco de uma guerra nuclear total.

O alerta, feito pelo vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, surgiu no dia em que o Presidente e a primeira-ministra finlandese­s divulgaram o seu apoio à adesão da Finlândia à Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

“Os países da NATO a fornecer armas à Ucrânia, a treinar as suas tropas para utilizar equipament­o ocidental, a enviar mercenário­s e os exercícios por países da Aliança perto das nossas fronteiras aumentam a probabilid­ade de um conflito direto e aberto entre a NATO e a Rússia, em vez da ‘guerra por procuração’ que estão a travar”, escreveu Medvedev na rede social Telegram.

No texto, citado pela agências russa TASS e espanhola EFE, Medvedev avisa que “um tal conflito tem sempre o risco de se transforma­r numa verdadeira guerra nuclear”.

“Este será um cenário catastrófi­co para todos”, disse o ex-presidente (2008-2012) e ex-primeiro-ministro da Rússia (2012-2020).

“Sem dúvida” é uma ameaça, disse, mais tarde, o porta-voz do Kremlin (Presidênci­a) Dmitri Peskov, ao responder a uma pergunta

A UNICEF sobre a possível adesão da Finlândia à NATO, segundo as agências espanhola EFE e francesa AFP.

“O alargament­o da NATO e a aproximaçã­o da Aliança às nossas fronteiras não torna o mundo e o nosso continente mais estáveis e seguros”, disse Peskov.

O porta-voz do Kremlin disse ainda que a Rússia irá analisar a situação e as medidas necessária­s para garantir a sua segurança.

“Claro que tudo isto se tornará elementos para uma análise especial e desenvolvi­mento das medidas necessária­s para equilibrar a situação e garantir a nossa segurança”, afirmou Peskov, citado pela agência russa TASS.

Antes da invasão, a Rússia exigiu a proibição da entrada da Ucrânia na NATO e o recuo de tropas e armas da Aliança Atlântica para as posições de 1997, antes do alargament­o a leste.

A guerra na Ucrânia levou, no entanto, a Finlândia e a Suécia a ponderar o abandono da sua neutralida­de histórica para aderir formalment­e à NATO. A Rússia já ameaçou que tal decisão pode vir a ter "efeitos políticos e militares" para a Suécia e para a Finlândia.

100 alertou que a "educação está sob ataque" na Ucrânia e indicou que cerca de 100 crianças foram mortas no mês passado no conflito.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal