Rússia alerta NATO para risco de guerra nuclear total
O objetivo de travar a expansão da NATO a leste foi um dos argumentos usados pela Rússia para entrar em guerra com a Ucrânia. No entanto, a invasão levou a Finlândia e a Suécia a ponderar o abandono da sua neutralidade histórica para aderir formalmente à
A Rússia volta a sentir, de novo, que o tiro saiu pela culatra e que, afinal, o objetivo de travar a expansão da NATO a leste - um dos argumentos usados pelo Kremlin para entrar em guerra com a Ucrânia – não está a surtir efeitos. Antes pelo contrário. A Rússia alertou ontem que a ajuda militar ocidental à Ucrânia e os exercícios da NATO perto das suas fronteiras aumentam a probabilidade de um conflito direto e o risco de uma guerra nuclear total.
O alerta, feito pelo vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, surgiu no dia em que o Presidente e a primeira-ministra finlandeses divulgaram o seu apoio à adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
“Os países da NATO a fornecer armas à Ucrânia, a treinar as suas tropas para utilizar equipamento ocidental, a enviar mercenários e os exercícios por países da Aliança perto das nossas fronteiras aumentam a probabilidade de um conflito direto e aberto entre a NATO e a Rússia, em vez da ‘guerra por procuração’ que estão a travar”, escreveu Medvedev na rede social Telegram.
No texto, citado pela agências russa TASS e espanhola EFE, Medvedev avisa que “um tal conflito tem sempre o risco de se transformar numa verdadeira guerra nuclear”.
“Este será um cenário catastrófico para todos”, disse o ex-presidente (2008-2012) e ex-primeiro-ministro da Rússia (2012-2020).
“Sem dúvida” é uma ameaça, disse, mais tarde, o porta-voz do Kremlin (Presidência) Dmitri Peskov, ao responder a uma pergunta
A UNICEF sobre a possível adesão da Finlândia à NATO, segundo as agências espanhola EFE e francesa AFP.
“O alargamento da NATO e a aproximação da Aliança às nossas fronteiras não torna o mundo e o nosso continente mais estáveis e seguros”, disse Peskov.
O porta-voz do Kremlin disse ainda que a Rússia irá analisar a situação e as medidas necessárias para garantir a sua segurança.
“Claro que tudo isto se tornará elementos para uma análise especial e desenvolvimento das medidas necessárias para equilibrar a situação e garantir a nossa segurança”, afirmou Peskov, citado pela agência russa TASS.
Antes da invasão, a Rússia exigiu a proibição da entrada da Ucrânia na NATO e o recuo de tropas e armas da Aliança Atlântica para as posições de 1997, antes do alargamento a leste.
A guerra na Ucrânia levou, no entanto, a Finlândia e a Suécia a ponderar o abandono da sua neutralidade histórica para aderir formalmente à NATO. A Rússia já ameaçou que tal decisão pode vir a ter "efeitos políticos e militares" para a Suécia e para a Finlândia.
100 alertou que a "educação está sob ataque" na Ucrânia e indicou que cerca de 100 crianças foram mortas no mês passado no conflito.