Kiev quer reconstruir país com bens russos con scados
A cada dia que passa, agravam-se os custos de reconstrução de um país que está já a ser bombardeado há 80 dias. Há cidades reduzidas a escombros e campos completamente minados.
A proposta já havia sido feita há algum tempo, quer pela França - que no início do mês juntou deputados, embaixadores e vários especialistas para estudar formas de usar os bens russos confiscados para ajudar as vítimas da guerra; quer pelos EUA – que pretendem encaminhar para a ajuda à Ucrânia dinheiro da venda de bens apreendidos a oligarcas russos, mas agora o pedido veio diretamente de Kiev.
O chefe da diplomacia da Ucrânia pediu ontem ao G7 que sejam confiscados bens russos destinados à reconstrução das zonas destruídas pela invasão e insistiu no embargo da União Europeia ao petróleo da Rússia.
"Peço, hoje, aos Estados-membros do G7 que adotem legislação para que sejam aplicadas todas as medidas necessárias para que sejam confiscados todos os bens russos destinados à reconstrução da Ucrânia", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
O chefe da diplomacia da Ucrânia participa na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 reunidos em Wangels, no norte da Alemanha.
Kuleba disse ainda que as sanções "sem o embargo ao petróleo" russo podem demonstrar uma "rutura na unidade" do bloco europeu.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 iniciaram, na quinta-feira, uma reunião de três dias em Schloss Weissenhaus, na costa do Mar Báltico, na Alemanha, país que ocupa atualmente a presidência anual rotativa do grupo.
Além da Alemanha, o G7 integra Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia (UE) a participar também nas reuniões do grupo.
No decorrer deste encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-yves Le Drian, destacou a "forte união" dos países do G7 para apoiar a luta da Ucrânia contra a Rússia "até à vitória".
"Isto faz parte da forte união dos membros do G7 para continuar a apoiar os combates da Ucrânia na luta pela soberania, até à vitória", disse Le Drian.
Anteriormente, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido defendeu, igualmente nesta reunião do G7, um reforço no envio de armamento para a Ucrânia e exigiu a aplicação de novas sanções contra a Rússia.
"Neste momento, é importante manter a pressão sobre [Presidente russo] Vladimir Putin. Fornecer mais armas à Ucrânia e aumentar as sanções" contra o Kremlin, disse Liz Truss.