Comércio online para as ilhas disparou 70% com a nova lei
Há dois meses a nova lei da Assembleia da República pôs fim ao “bloqueio geográfico” nas vendas online para a Madeira e os Açores. Desde então, as lojas online disponíveis para as ilhas aumentaram 70%.
Passados dois meses sobre a entrada em vigor da nova lei, o número de lojas portuguesas com vendas online disponíveis para as regiões autónomas "cresceu em 70% entre 20 de abril e 12 de maio.
O fim do “bloqueio geográfico e de discriminação injustificada” nas vendas eletrónicas para os consumidores da Madeira e dos Açores fez disparar o número de lojas portuguesas com vendas online para as duas regiões autónomas.
Passados dois meses sobre a entrada em vigor da nova lei, o número de lojas portuguesas com vendas online disponíveis para as regiões autónomas "cresceu em 70% entre 20 de abril e 12 de maio, muito graças ao fim da discriminação imposto pelo Governo", indica o comparador de preços e ‘marketplace’ Kuantokusta, em comunicado, citado pelo Jornal de Negócios.
Desde 11 de março que os comerciantes de bens e serviços estão obrigados a entregar nas ilhas os mesmos produtos disponíveis no continente, sob pena de serem multados em até 25 mil euros. Os efeitos da alteração legislativa já são bem visíveis, porquanto, antes da entrada em vigor da lei sobre a não discriminação, apenas 14% das lojas do seu ‘marketplace’ disponibilizavam envios para os arquipélagos, refere o Kuantokusta.
"É com muito otimismo que vemos esta adesão das lojas ao mercado dos Açores e da Madeira, não só pelos consumidores destas regiões, mas também pelas lojas que se abrem a um público mais vasto que quer comprar e quer ter mais opções", considera Ricardo Pereira, diretor de marketing do Kuantokusta, em declarações ao Jornal de Negócios.
Ao mesmo matutino, Ricardo Pereira advertiu, no entanto, para a discrepância de preços dos portes de envio praticados, "dado que o preço médio dos envios no continente situa-se nos 2,21 euros, enquanto para as ilhas esse valor dispara para os 15 euros”.
"Esta é uma realidade para a qual estamos atentos. Os custos logísticos para envios de encomendas - principalmente em artigos de grandes dimensões – não podem prejudicar ou marginalizar quase meio milhão de portugueses que reside nas regiões autónomas. Esta nova lei aponta na direção certa, mas ainda há muito a fazer do lado logístico para garantir aos arquipélagos uma oferta comercial mais justa e completa", disse o gestor.
No texto publicado ontem na sua página online, o Jornal de Negócios adianta ainda que desde que foi aplicada a nova lei, o carrinho médio de um comprador do território continental é de 62,95 euros no Kuantokusta, enquanto o carrinho médio de compras para as ilhas é 140% mais alto (152,07 euros), garante o mesmo comparador de preços e "marketplace".
“O consumidor das ilhas, face aos custos dos portes e à oferta local, por vezes mais limitada, acaba por aproveitar para realizar mais compras de uma só vez, o que pode trazer uma vantagem muito grande para os comerciantes escolhidos por estes compradores”, refere Ricardo Pereira.
Para o diretor de marketing do Kuantokusta, “estes valores exemplificam a força do comércio eletrónico em consumidores onde as circunstâncias geográficas limitam a oferta que têm disponível no comércio tradicional”.