Jornal Madeira

Queixa na inspeção de Educação e anomalias nas eleições

Para além de uma queixa na Inspeção Regional de Educação por parte de uma docente, a escola Alfredo Ferreira Júnior, na Camacha, está a passar por um processo eleitoral, cujas listas para o conselho da Comunidade Educativa poderão ser impugnadas.

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

Em vésperas das eleições, esta segunda-feira, para o conselho executivo e para o conselho da Comunidade Educativa da Escola Básica do 2.º e 3.º ciclos Alfredo Ferreira Júnior - que no próximo ano letivo estará em fusão com a escola do 1.º ciclo da Camacha -, chegaram denúncias ao nosso Jornal de irregulari­dades na avaliação docente que terá prejudicad­o uma professora, para além de outras situações anómalas que constarão de uma exposição que foi entregue à Inspeção Regional de Educação. Para além disso, haverá anomalias no processo eleitoral desta segunda-feira, no que se refere às listas para o conselho de Comunidade Educativa, que poderão ditar que as eleições sejam impugnadas.

Indo por partes, e ao que o JM sabe, uma professora terá sido prejudicad­a na avaliação, não progredind­o na carreira como estaria previsto, por ter sido atribuída “nota 10”, um primeiro lugar, a um/a colega que não precisaria da mesma para progredir, mas cuja atribuição está protegida pela lei. Havendo apenas sete vagas, a docente lesada ficou em oitavo lugar, tendo apresentad­o recurso. Ao que nos foi adiantado, a mesma terá apresentad­o recurso, uma situação inédita na escola Alfredo Ferreira Júnior. Ao que nos foi ainda dito, a decisão poderá ser a seu favor.

Entretanto, e enquanto decorria o recurso, a mesma docente terá feito uma exposição sobre o seu caso e outras “irregulari­dades na escola”, como situações de nomeações de cargos, à Inspeção Regional de Educação. Jorge Morgado, inspetor regional, confirmou ao nosso jornal ter recebido “uma exposição de uma professora sobre determinad­os aspetos da escola, estando o documento em análise”.

O JM confrontou também o diretor do estabeleci­mento de ensino sobre essa situação. Daniel Quintal disse desconhece­r uma eventual queixa na IRE, mas confirmou que houve uma professora que discordou da nota que lhe tinha sido atribuída e que tinha apresentad­o o recurso à mesma.

Eleições impugnadas?

Por outro lado, relativame­nte às eleições que acontecem esta segunda-feira entre as 10 e as 18 horas, Daniel Quintal encabeça a lista A. A segunda lista para o conselho executivo é encabeçada por João Sena, da Escola Básica do 1.º Ciclo da Camacha. Há três listas para o conselho da Comunidade Educativa (que inclui docentes e não docentes, funcionand­o como uma espécie de assembleia geral da escola), conforme referiu ainda o atual diretor da escola, que não quis falar antes dos resultados finais sobre a sua lista ou sobre o seu futuro.

É nas listas para o Conselho da Comunidade Educativa que poderá residir irregulari­dades, como nos foi explicado por alguém próximo do processo, mas que prefere não se identifica­r. Das três listas candidatas (duas da escola Ferreira júnior e uma da do 1.º ciclo, haverá anomalias nas da Ferreira Júnior, por haver nomes de docentes de quadros de zona e não de quadros de escola, como define a lei. Ao que nos foi dito, as duas listas em causa foram informadas esta sexta-feira dessa situação e que teriam de reformular as mesmas, substituin­do os professore­s de quadros de zona pelos de quadro de escola, até segunda feira, dia das eleições. Ou seja, quem tem direito ao voto não terá tempo para analisar e refletir. Falaram-nos que essa situação poderá levar à impugnação do ato eleitoral para a comunidade educativa.

luis.rosa@goldenaura-adv.pt

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