Poesia do olhar de João Pestana na Torre do Capitão
Cerca de quatro dezenas de fotografias a preto e branco, captadas através da objetiva do fotógrafo madeirense João Pestana, compõem a nova exposição temporária a ser acolhida pela Torre do Capitão - Núcleo Histórico e Museológico de Santo Amaro.
‘João Pestana – Fragmentos’ reúne registos fotográficos do fotógrafo madeirense falecido em dezembro de 2017, recolhidos sobretudo na segunda metade do século XX. A inauguração acontece esta segunda-feira, 16 de maio, às 17h30, ficando a exposição patente naquele espaço cultural até ao final do mês de junho.
Nos registos que integram a mostra que pode ser visitada a partir de amanhã são evidenciados simples cenários do quotidiano madeirense, desde a atividade piscatória a momentos de convívio, que transparecem a paixão pela sua arte de um fotógrafo que sempre registou “a alma da cidade que tanto amava”, descreve na apresentação da exposição Graça Alves, diretora de Serviços de Museus e Espaços Culturais.
Graça Alves destaca o facto de estes ‘Fragmentos’ transportarem quem os contempla para “quadros do quotidiano, profissões que já não existem, lugares que pertencem à memória”, sendo apenas “uma pequena parte do tesouro deste homem que fotografou os olhares, que guardou a ilha, a preto e branco, que nos lembra, a cada instante, o valor da beleza.” “João Pestana ensina-nos, com a sua obra, a poesia do seu olhar”, acrescenta.
É um “trabalho de vida inteira”, sublinha ainda Graça Alves, do qual têm resultado diversas exposições, com destaque para a do Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, que esteve patente ao público em 2021. Sendo um trabalho que não se esgota com o tempo, representa uma obra que a Região pretende, com esta exposição “perpetuar e homenagear”, refere o secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, que enaltece João Pestana enquanto figura incontornável da fotografia contemporânea nacional. “O seu trabalho é um valioso testemunho da história e memória da Região, sobretudo do século XX”, releva, explicando também que o acervo de João Pestana, composto por cerca de quatro mil espécies, encontra-se atualmente na Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira, estando por isso devidamente preservado e disponível ao público para consulta. CG