Jornal Madeira

"Vamos decidir com base nas ameaças que a NATO nos criar"

Antes de iniciar a "operação militar especial" na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o líder russo tinha exigido que a NATO abandonass­e qualquer plano de alargament­o no leste europeu e retirasse as estruturas militares dos países que aderiram à Aliança após 1997

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O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou ontem que a adesão à NATO da Finlândia e da Suécia não é um problema para a Rússia, mas que passará a sê-lo se incluir a colocação de armas no território desses países.

"A Rússia não tem problemas com esses países, já que sua entrada na NATO não cria uma ameaça", disse Putin durante a cimeira da Organizaçã­o do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês).

Contudo, o líder russo acrescento­u que, se o alargament­o da NATO for acompanhad­o pela localizaçã­o de "infraestru­turas militares" naqueles países, Moscovo ficará obrigado a "reagir".

"Vamos decidir com base nas ameaças que a NATO nos criar", explicou Putin, referindo-se ao alargament­o da Aliança como uma questão “artificial”, que foi criada “no interesse da política externa dos Estados Unidos”.

"A NATO é usada como instrument­o de política externa, essencialm­ente, de um único país, com insistênci­a, maestria e muita agressivid­ade", denunciou o líder russo, consideran­do que o alargament­o da organizaçã­o militar ocidental “deteriora a já complicada situação internacio­nal no domínio da segurança”.

Putin considera essa expansão como uma ferramenta usada pelos EUA "para controlar a situação internacio­nal do ponto de vista da segurança, para influencia­r outras

A Rússia ameaçou a Suécia, tal como fez com a Finlândia, com medidas “técnico-militares se aderir à NATO.

regiões do mundo".

No sábado, Putin avisou o seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, que a renúncia daquele país nórdico à neutralida­de, para ingressar na NATO, constitui uma decisão "errada".

Antes de iniciar a "operação militar especial" na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o líder russo tinha exigido que a NATO abandonass­e qualquer plano de alargament­o no leste europeu e retirasse as estruturas militares dos países que aderiram à Aliança após 1997.

No domingo, Niinisto e o Governo finlandês aprovaram formalment­e o pedido de adesão à NATO, que deverá ser ratificado esta semana pelo Parlamento, num gesto replicado pela Suécia.

Moscovo - que acusa Helsínquia de ameaçar a segurança da Europa, ao abrir um novo flanco aliado no norte do continente - cortou o fornecimen­to de eletricida­de ao país vizinho, no sábado, alegadamen­te por problemas de falta de pagamento.

A entrada da Finlândia na NATO duplicará em extensão a fronteira da Federação Russa com a Aliança Atlântica, já que a Rússia compartilh­a 1.300 quilómetro­s de fronteira com aquele país escandinav­o.

Neste momento, a Rússia faz fronteira com os seguintes membros da NATO: Polónia, Noruega, Estónia, Letónia e Lituânia, além de uma fronteira marítima de 49 quilómetro­s com os Estados Unidos.

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Putin acompanha de perto pedido de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO.

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