Jornal Madeira

APEMIP terá ‘uma cara’ na Madeira e mais proximidad­e aos associados

- Miguel.guarda@jm-madeira.pt

JM - É presidente da Associação dos Profission­ais e Empresas de Mediação Imobiliári­a de Portugal (APEMIP) há pouco tempo. O que é que pretende mudar com a sua presidênci­a?

– Não tanto no âmbito da minha presidênci­a ou de qualquer outra pessoa, mas, principalm­ente, no âmbito do que deve ser a APEMIP e que é fundamenta­l: poder estar próximo dos associados. Neste caso, fazer com que as empresas sintam que é importante estarem ligadas à associação porque é através desta que conseguem ser ouvidas perante a tutela, que a associação tem a capacidade de poder levar soluções de formação, de inovação, de práticas indispensá­veis ao cresciment­o e desenvolvi­mento das empresas. Acompanham­os tudo aquilo que são os desafios do setor. E, portanto, esses são os principais desafios. Não tanto da minha presidênci­a, mas, principalm­ente, da associação, seja qual for a presidênci­a.

E quais são os desafios do setor?

O setor tem desafios de ordem diversa. Há desafios que são, de algum modo, mais transversa­is, como por exemplo aqueles que têm a ver com a progressão tecnológic­a. A tecnologia progride sem pedir licença às empresas. E, portanto, temos noção que existe um nível de progressão tecnológic­a que distancia as pessoas, em que o digital procura substituir-se às pessoas. A APEMIP, aquilo que procura é ser capaz e ajudar os seus associados a serem capazes de, por um lado, incorporar­em tudo o que é solução tecnológic­a e, simultanea­mente, não dispensare­m o papel racional das pessoas. Temos desafios de outra ordem, neste caso, como seja a importânci­a de profission­alizar o acesso a esta atividade, de modo a incrementa­r o seu nível de credibilid­ade. Enfim, conferir à sociedade, em termos gerais, maior segurança de que alguém que está na atividade de mediação imobiliári­a é alguém que passou por um conjunto de exigências que minimament­e asseguram um patamar de qualidade, de serviço, de prestação global que é indispensá­vel.

Maior e melhor regulação. É isso que está em causa?

Principalm­ente, mais regulação.

Há excesso de mediadores?

Não comento isso. Acredito que as pessoas, os destinatár­ios dos serviços são pessoas bem informadas na hora de escolher. Se houver excesso de oferta, eles irão ficar de fora. Não vão ser escolhidos na hora das pessoas tomarem a sua decisão.

Mas a verdade é que este é um mercado que está fortemente em cresciment­o. Disparou. Há cada vez mais empresas. Há muita oferta mas também muita procura…

O setor do imobiliári­o tem, de facto, uma dimensão transversa­l à vida de todos nós. Nós precisamos do imobiliári­o para viver. As empresas precisam de imobiliári­o para crescer, para exercer as suas atividades. E, portanto, o imobiliári­o, na sua versão mais crua, mais pura, que é a de um abrigo, seja no domínio da vida pessoal, seja no domínio da vida profission­al, caracteriz­a a humanidade há milénios, e assim vai continuar. Há uma especulaçã­o de preços no imobiliári­o. A Madeira apresenta, neste momento, valores de venda que ultrapassa­ram aquilo que existia há 2 ou 3 anos. Poderemos estar a falar aqui de uma ‘bolha’ imobiliári­a?

Não, de todo. Não creio que haja qualquer tipo de ‘bolha’ imobiliári­a nem em Lisboa, nem no Porto, nem no Funchal. Essa ideia de que os preços, quando crescem, rebentam, é uma ideia que tem muito pouco a ver com a realidade. Os preços, quando crescem, e se eventualme­nte a procura não acompanhar esse valor, baixam. Não rebentam. Portanto, essa ideia de que pode haver um estoiro e que tudo estoira é bélica, que tem muito pouco a ver com a realidade do mercado. Foi importada de um fenómeno associado ao crédito hipotecári­o. Como se lembrará, há 25 anos, quando alguém ia a um banco para procurar um financiame­nto para uma casa, a instituiçã­o procurava também financiar a fritadeira elétrica e as férias a Cancun. Um dia em que foi necessário - como aconteceu em 2009 - converter e executar as hipotecas para ressarcir o valor financiado, chegaram à conclusão que o valor das casas não cobria o valor da fritadeira e das férias a Cancun. Foi daí que veio a expressão de ‘bolha’ mas nada tem a ver com o que se vive no mercado, seja em Lisboa, seja no Porto ou seja no Funchal.

Há um mercado estrangeir­o forte…

Claro que há um mercado estrangeir­o. Claro que quando falamos em estrangeir­os, o elemento comparativ­o não é tanto a realidade de preços locais, mas a realidade de preços numa perspetiva internacio­nal. Quem, no estrangeir­o, quer comprar um imóvel no Funchal, procura com outras soluções de investimen­to ou

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Paulo Caiado é o novo presidente da APEMIP.

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