IMOBILIÁRIO REABILITAÇÃO URBANA
eventualmente nas Bahamas ou eventualmente nas ilhas Fidji, onde, seguramente, os preços custam três ou quatro vezes mais do que no Funchal.
Os Vistos Gold contribuíram para o crescimento do mercado na Madeira?
Terá algum significado. Acho que faz com que a Madeira e o Porto Santo estejam mais sob o foco destes investidores e acho que isso é ótimo para o mercado e, neste caso, para o arquipélago.
O presidente da Câmara Municipal do Funchal mostrou preocupação perante aquilo que são as verbas que estão inscritas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para a habitação. O prazo é curto. Até 2025, poderemos ter de deitar dinheiro fora. Esta é também uma preocupação da associação?
É preocupação da associação o que são as preocupações da sociedade portuguesa e também naquilo que tem a ver com o mercado imobiliário. Com certeza que, e sobretudo numa ilha, o aumento de preços pode dificultar, e de que maneira, aqueles que não conseguem acompanhar. O que terá, com certeza, a implementação de programas que permitam que famílias que não conseguem acompanhar a escalada de preços possam aceder às suas habitações de modo condigno e isso é um desafio grande, principalmente para as autarquias e para o Governo central. Desejo muito que consigam cumprir com esses enormes desafios e que as verbas do PRR possam ajudar. Os desafios são, de facto, enormes. Quer por questões de prazo, quer por questões relacionadas com o aumento das matérias-primas, quer por questões relacionadas com o aumento da inflação. Por isso, é importante a colaboração de todos para que as metas sejam atingidas.
RÁDIO
Para o cidadão comum, há outro problema que é a taxa de juro…
As taxas de juro poderão ser um problema principalmente para os excessos de créditos hipotecários que estão em curso. Ou seja, para aquelas famílias que, estando no limite da sua capacidade de endividamento, podem estar ou vir a estar confrontadas com o aumento da prestação e ter dificuldade de encará-la. Mas estamos a falar principalmente dos processos que estão em curso. Não creio que serão um problema com significado para novos processos. Se a taxa de juro subir, vai fazer com que a perceção seja mais cara. E a consequência será esta: alguém que quiser comprar uma casa vai comprar uma casa mais barata.
Este é um mercado que está fortemente em crescimento. Disparou. Há cada vez mais empresas. Há muita oferta mas também muita procura…
Voltando ainda ao PRR e aos investimentos previstos neste âmbito. Uma vez que o imobiliário subiu de patamar, isso fará com que os Governos tenham também de subir esse patamar de qualidade nos investimentos públicos?
O Governo da República e os Governos das regiões autónomas terão de estar particularmente atentos ao fenómeno da subida de preços, do aumento das taxas de juro e serem capazes de cumprir com o desígnio constitucional que é o de assegurar uma habitação condigna a cada cidadão português. O que espero é que sejam capazes de o fazer e bem.
Olhando agora para a APEMIP e a ligação que tem com os associados da Madeira...
A associação tem o objetivo de aumentar, com significado, a sua ligação com os associados e potenciais associados. Nesse sentido, temos a expectativa de vir a realizar ainda durante este ano de 2022 um salão imobiliário como grande passo nessa proximidade. Não sei se a Madeira, pela sua dimensão, justificará um salão imobiliário anual, mas seguramente justificará que todos os anos haja um grande evento no âmbito da atividade imobiliária. E nisso, a APEMIP está totalmente envolvida. Neste momento, tem um parceiro local que nos causa grande entusiasmo, e que é o Jm-madeira. Temos também o conforto de ouvir, por parte da autarquia do Funchal, o seu apoio no cumprimento destas metas. Temos aqui a melhor e maior expectativa em conseguirmos estar mais próximo dos associados.
Justifica ter uma ‘cara’ em representação da associação na Madeira?
Claro que se justifica.
E já tem um nome?
Ainda não. Falta materializar a proximidade local. No dia 30 deste mês vou estar no Funchal numa primeira iniciativa de trabalhar para essa proximidade. Tendo o parceiro adequado, temos a melhor expectativa de que isso possa se converter numa realidade a curto prazo.
O projeto do empreendimento turístico prevê 17 unidades de alojamento, designadamente 11 apartamentos em estúdio; 5 apartamentos T1 e 1 apartamento T2, e é complementado por dois espaços autónomos no résdo-chão destinados a comércio ou serviços, os quais poderão funcionar autonomamente ou interagir com o empreendimento turístico. Os apartamentos turísticos com categoria de 3 estrelas desenvolvemse em volumes distintos, adaptandose ao conjunto edificado pré-existente, tirando partido da diversidade espacial, que contribui para a oferta de um produto completamente diferenciado e inovador.
Em suma, a intervenção aposta na localização e centralidade do empreendimento e na sua proximidade a equipamentos que já contribuem para a dinamização do local e simultaneamente pretende contribuir para a preservação do edificado que confere cariz ao centro histórico, assumindo-se como uma mais-valia para a Cidade do Funchal.