Dez casos de melanoma em quatro meses
Já foram diagnosticados mais de dez casos de melanoma [cancro da pele mais grave] na Madeira desde o início do ano. Só nos 101 rastreios realizados ontem no Serviço de Dermatologia do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), no Hospital dos Marmeleiros, no âmbito do Dia do Euromelanoma, foram identificados um melanoma, 12 basaliomas [cancro de pele menos grave] e oito sinais atípicos.
A informação foi adiantada ontem por Tiago Esteves, diretor do Serviço de Dermatologia do SESARAM, o qual constatou que o número de casos de cancro de pele tem vindo a aumentar nos últimos anos, muito devido ao facto de a população estar mais atenta.
“Os dados do Serviço de Anatomia Patológica normalmente indicavam cerca de 18 a 20 casos por ano. Em 2021, tivemos 32 casos, isto numa altura em que ainda estávamos em pandemia. Este ano, já estamos com mais de 10 casos nos primeiros quatro meses”, elucidou.
Em jeito de balanço, Tiago Esteves constatou que a adesão durante a manhã foi “50 por cento inferior” à
DOS 101 RASTREIOS realizados no âmbito do Dia do Euromelanoma, no Hospital dos Marmeleiros, foi identificado um caso de melanoma.
de anos anteriores, período no qual foi identificado o único caso de melanoma registado nos rastreios do dia.
“A adesão está ligeiramente abaixo dos anos anteriores, mas convém não esquecer que nos dois últimos anos não fizemos um rastreio presencial”, sustentou, adiantando que são as mulheres a partir 50/60 anos que mais procuram estas ações, embora os homens se mostrem cada vez mais atentos.
A resposta do Serviço de Dermatologia também contribui, no seu entender, para os casos identificados na Região, tendo sido reforçada com o novo Dermatoscópio digital que chegou há cerca de duas semanas, constituindo-se numa inovação que permite um “melhor diagnóstico” do paciente.
Por seu turno, Herberto Jesus, diretor regional da Saúde, que, em representação do secretário regional de Saúde, Pedro Ramos, visitou na manhã de ontem o Serviço de Dermatologia, sublinhou a importância de aproximar cada vez mais os hospitais da população e admitiu a possibilidade de, no futuro, os rastreios serem realizados com mais regularidade.
“É natural que o nosso intuito é perpetuar estes dias [rastreios] de outra forma, não tão pontual”, revelou, admitindo que essa é uma situação que está “em mente e que poderá se tornar, nos próximos tempos, uma estratégia mais direcionada e com outro tipo de atuação”.
Noutro âmbito, questionado pelos jornalistas sobre a forma como a população está a reagir ao facto de, desde o passado dia 15 de maio, ter deixado de ser obrigatório o uso da máscara no exterior e em alguns espaços fechados, o médico reconhece que há um período de adaptação, mas que se tratava de um passo inevitável. “Depois de dois anos de pandemia, é lógico que haja uma certa adaptação a estas novas regras. Este era o passo a dar, não havia outra possibilidade”, notou, acrescentando que a população deve ter cuidado, mas não deve viver com medo do vírus.