“Vejam a luz em vez de só viverem na obscuridade”
O debate potestativo sobre a pobreza levou Rita Andrade ao plenário madeirense, com a secretária regional a apontar uma tendência de retração dos números, sem esse reconhecimento da oposição.
Ontem foi dia de debate potestativo no plenário regional, sobre a ‘pobreza na Região’. Rita Andrade fez a defesa do Governo Regional, depois do PS, partido proponente, ter explanado um cenário ‘dramático’, no que foi partilhado pelo PCP e, também pelo JPP que, contudo, consegue encontrar algumas virtudes no desempenho governativo. Uma narrativa contrariada pela secretária regional de Inclusão Social e Cidadania, com apoio de PSD e CDS, partidos que sustentam a maioria.
“Pese a Madeira ter agora uma taxa de risco de pobreza ou exclusão social de 28,9%, há um desagravamento em 2021 em 3,9% face a 2020”, exaltou Rita Andrade, fazendo notar tratar-se de “uma redução significativa, é a primeira vez que ficamos abaixo dos 30%”.
Após constatar essa retração, Rita Andrade ressalvou que “queremos mais e temos a nossa estratégia”, perspetivando que prossiga a tendência decrescente. Tentou entender a narrativa da oposição, que “está o fazer o seu papel”, mas lamentou que “não faça um único elogio” e, pelo contrário, “quererem viver na obscuridade”. De resto, constatou que o debate “não teve elevação e seriedade que merecia”, acentuando ser “uma matéria que
“Usam a pobreza como uma arma de arremesso político e o que aqui assisti foi a pobreza de espírito.”
deveria estar acima da política”.
Pelo PS, Rui Caetano apontara que “80.000 madeirenses vivem na pobreza, não por culpa própria nem por fatores genéticos”, e sim “por culpa das políticas dos Governos Regionais”. E atestou que “51% da população não tem capacidade financeira para enfrentar imprevistos e 9,4% para pagar rendas”.
Também Sérgio Gonçalves teve um papel bastante ativo no debate,
Rita Andrade criticando uma maioria que “fala dos resultados da pobreza no País e diz que é resultado da governação do PS em 20 dos últimos 28 anos”, mas “na Região é resultado de uma governação PSD ao longo de 45 anos”, mas “disso não falam”.
Nota ainda para Sofia Canha, que envolveu a Câmara do Funchal na equação, na temática relacionada com os ‘sem-abrigo’: “passaram oito meses, e não fizeram nada”.
Parece que o PS quer um Decreto Lei Regional para acabar com a pobreza.
Ana Cristina Monteiro CDS Élvio Sousa JPP
Apesar dos milhões e milhões vindos da Europa, temos a taxa de pobreza mais alta do País.