Jornal Madeira

“Vejam a luz em vez de só viverem na obscuridad­e”

O debate potestativ­o sobre a pobreza levou Rita Andrade ao plenário madeirense, com a secretária regional a apontar uma tendência de retração dos números, sem esse reconhecim­ento da oposição.

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Ontem foi dia de debate potestativ­o no plenário regional, sobre a ‘pobreza na Região’. Rita Andrade fez a defesa do Governo Regional, depois do PS, partido proponente, ter explanado um cenário ‘dramático’, no que foi partilhado pelo PCP e, também pelo JPP que, contudo, consegue encontrar algumas virtudes no desempenho governativ­o. Uma narrativa contrariad­a pela secretária regional de Inclusão Social e Cidadania, com apoio de PSD e CDS, partidos que sustentam a maioria.

“Pese a Madeira ter agora uma taxa de risco de pobreza ou exclusão social de 28,9%, há um desagravam­ento em 2021 em 3,9% face a 2020”, exaltou Rita Andrade, fazendo notar tratar-se de “uma redução significat­iva, é a primeira vez que ficamos abaixo dos 30%”.

Após constatar essa retração, Rita Andrade ressalvou que “queremos mais e temos a nossa estratégia”, perspetiva­ndo que prossiga a tendência decrescent­e. Tentou entender a narrativa da oposição, que “está o fazer o seu papel”, mas lamentou que “não faça um único elogio” e, pelo contrário, “quererem viver na obscuridad­e”. De resto, constatou que o debate “não teve elevação e seriedade que merecia”, acentuando ser “uma matéria que

“Usam a pobreza como uma arma de arremesso político e o que aqui assisti foi a pobreza de espírito.”

deveria estar acima da política”.

Pelo PS, Rui Caetano apontara que “80.000 madeirense­s vivem na pobreza, não por culpa própria nem por fatores genéticos”, e sim “por culpa das políticas dos Governos Regionais”. E atestou que “51% da população não tem capacidade financeira para enfrentar imprevisto­s e 9,4% para pagar rendas”.

Também Sérgio Gonçalves teve um papel bastante ativo no debate,

Rita Andrade criticando uma maioria que “fala dos resultados da pobreza no País e diz que é resultado da governação do PS em 20 dos últimos 28 anos”, mas “na Região é resultado de uma governação PSD ao longo de 45 anos”, mas “disso não falam”.

Nota ainda para Sofia Canha, que envolveu a Câmara do Funchal na equação, na temática relacionad­a com os ‘sem-abrigo’: “passaram oito meses, e não fizeram nada”.

Parece que o PS quer um Decreto Lei Regional para acabar com a pobreza.

Ana Cristina Monteiro CDS Élvio Sousa JPP

Apesar dos milhões e milhões vindos da Europa, temos a taxa de pobreza mais alta do País.

 ?? ?? Rita Andrade defendeu as políticas do Governo Regional no combate à pobreza, propiciand­o um debate acalorado.
Rita Andrade defendeu as políticas do Governo Regional no combate à pobreza, propiciand­o um debate acalorado.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal