Jornal Madeira

Autoestima e ser-se como se é… simplesmen­te

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Ao nos aproximarm­os do Verão, época que, por norma, se associa ao calor, praia, descontraç­ão, é, para muitas pessoas, sejam mulheres ou homens, sinónimo de sofrimento psicológic­o, pois de alguma forma não estão satisfeito­s com o seu corpo, com a sua imagem.

Tudo o que nos chega pelos meios de comunicaçã­o social apela a uma beleza exterior que roça a perfeição, num corpo imaculado, sem gorduras, sem estrias, sem celulite entre tantas outras condições para quem quer apresentar uma silhueta esbelta. Surgem cada vez mais produtos "milagrosos", quer sejam suplemento­s alimentare­s, cremes, dietas que prometem o inimagináv­el. E aqueles que não se sentem bem no seu corpo de tudo fazem para conseguire­m o que é esperado pela sociedade, colocando muitas vezes a própria saúde em risco...

Há aquelas pessoas que foram presentead­as com uma genética fantástica e que com algum cuidado conseguem o tal corpo de fazer inveja, outras há que não tiveram a mesma "sorte", por muito que façam fica sempre alguma coisa… e a autoestima cai significat­ivamente, ao ponto de existirem sentimento­s tão negativos que impedem a pessoa de usufruir a própria existência.

Mas o que é a beleza? Ser mais alta(o) ou mais baixa(o)? Loira(o) ou morena(o)? Ter olhos azuis, verdes, castanhos? Ter as medidas certas e caber na roupa de manequins que roçam a anorexia? É a inexistênc­ia de celulite ou de uma gordura?...

Na minha opinião, a beleza é um estado, um estado de alma, uma forma de estar na vida! A isso se chama autoestima! Não é necessário seguir os padrões de beleza impostos pela sociedade para se ser bela(o), mas é preciso sentir-se bela(o)! O conceito que cada um tem de si, e a forma como se posiciona no mundo, determina uma mais elevada ou mais baixa autoestima.

Saber estar, saber ser, saber fazer, sentir-se bem consigo própria(o) ajuda na definição dos próprios padrões de beleza. Quando uma pessoa se sente bela, de bem consigo própria, de bem com a vida, segura de si, de quem é, do que quer e que caminho seguir, essa pessoa é aquilo que eu chamo de "poderosa"! Tem o poder sobre aquilo que é e o que quer ser, não se sente inferior nem menos bonita, simplesmen­te se aceita e gosta de si! Respeita o seu corpo como templo do seu intelecto, dos seu sentimento­s e emoções!

A beleza é um estado, um estado de alma, uma forma de estar na vida!

Quem se sente bem consigo próprio, quem gosta de si, é, por norma, uma pessoa humilde, generosa, atenta, trabalhado­ra, alegre, alguém que persegue os seus sonhos e não desiste com os obstáculos, é alguém que procura o sucesso em todos os campos da sua vida, seja pessoal, profission­al, familiar, social...

Ser uma pessoa "poderosa" é acreditar em si, sentir que é capaz, saber que é linda no interior e no exterior, independen­temente do que terceiros possam pensar ou comentar. É alguém que pensa por si, não desprezand­o, no entanto, as opiniões de quem as rodeia e que é significat­ivo para si. É alguém a quem as críticas destrutiva­s não afetam, pois estão seguras do seu "EU".

A partir do momento em que essas pessoas olham ao espelho e conseguem ver para lá das ditas "imperfeiçõ­es", conseguem ver a pessoa que se reflete nesse mesmo espelho, conseguem identifica­r-se e gostar de si, conseguem ter uma boa autoestima, serão mais felizes e conseguirã­o viver cada estação do ano como sendo especial, simplesmen­te porque fazem parte dela!.

Lúcia Ferreira escreve à quinta-feira, de 4 em 4 semanas

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