Infeção pelo vírus Monkeypox em Portugal pode ser um surto
É a primeira vez que é detetada esta infeção em Portugal, uma doença transmissível através de contacto com animais ou contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados.
Os casos de infeção pelo vírus Monkeypox confirmados em Portugal podem constituir um surto, mas não está “para já” identificada qualquer ligação entre eles para além do local onde foram detetados, disse ontem a infeciologista Margarida Tavares.
“Podemos utilizar a palavra surto porque podemos falar em surto sempre que há um aumento de casos face ao que é esperado. E nós não esperávamos que nenhum caso ocorresse em Portugal”, disse a médica que é membro do grupo de trabalho criado pela Direção-geral da Saúde (DGS) que está a gerir esta situação.
Em declarações aos jornalistas, no Porto, a também diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH confirmou que os casos foram detetados numa clínica ligada a doenças sexualmente transmissíveis em homens jovens com idades entre os 20 e os 50 anos.
“Foram identificados em contexto de atendimento numa clínica de doenças sexualmente transmissíveis porque apresentavam lesões genitais. É verdade que são casos de homens que têm sexo com homens, mas essa pode só ter sido a forma como foi dado o alerta. Ainda não sabemos mais. Não está descrita, classicamente, a via de transmissão sexual [como passível de causar esta infeção], mas há transmissão por contacto próximo, íntimo e prolongado”, descreveu Margarida Tavares.
A DGS informou que foram confirmados mais nove casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, havendo, até ao momento, um total de 14 casos confirmados.
Os novos casos foram confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, esta quarta-feira, "existindo ainda duas amostras em análise". Os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis.