Jornal Madeira

ARNALDO PARA SEMPRE

Icónico massagista e antigo jogador do Marítimo despediu-se dos relvados no último sábado. Foi alvo de uma sentida homenagem por parte do universo verde-rubro que não esquece a sua dedicação.

- Por Hélder Teixeira helder.teixeira@jm-madeira.pt

”Allez, Arnaldo, allez! Allez, Arnaldo, allez!”. Foi assim que os últimos adeptos do Marítimo a abandonar o Estádio dos Barreiros no passado sábado, frente ao Portimonen­se, se despediram de uma das figuras mais queridas do universo verde-rubro. Durante o jogo também já haviam entoado cânticos de tributo a um homem que dedicou a maior parte da sua vida ao clube – quase meio século - e que, segurament­e, já figura na galeria dos ‘imortais’ do emblema verde-rubro.

“Foi uma homenagem que, sinceramen­te, não esperava. Fizeram tudo à ‘calada’. Foi uma grande e agradável surpresa para mim. Um sentimento que apenas quem recebe uma homenagem daquelas é que consegue perceber. Para mim foi o máximo! Tenho a agradecer a esta direção por este gesto que ficará para sempre gravado na minha memória”, confessou Arnaldo Gonçalves ao Jm-madeira.

Arnaldo Gonçalves Freitas, nascido a 6 de agosto de 1958, depois de ter dado nas vistas ao serviço do Sporting da Madeira ingressa no Marítimo em 1974/75 como futebolist­a. O antigo defesa-central, às vezes líbero, vestiu a camisola do ‘Leão do Almirante’ até 1977/78, fazendo parte da mítica equipa que conquistou, em 1976/77, a primeira subida de uma equipa insular à 1.ª Divisão.

Após experiênci­as em outros clubes, encerra a carreira em

1985 e inicia a atividade de massagista. É nesta nova função que pela mão de Rui Fontes regressa ao Marítimo em 1989. Faz um interregno para representa­r a AD Machico e a AD Camacha, antes de regressar definitiva­mente, em 1995, aos verde-rubros.

“Sempre com o Marítimo”

No último sábado, aos 69 anos, despediu-se dos relvados tendo sido alvo de uma homenagem sentida nos Barreiros. Guiado pelo capitão Edgar Costa – com quem tem uma relação próxima – deu o pontapé de saída simbólico do desafio e não conteve as lágrimas perante os aplausos das bancadas. Vai agora dedicar o tempo à família, todavia, garante que nunca vai abandonar o Marítimo.

“Há uma sensação de dever cumprido. É um encerramen­to de um ciclo muito positivo na minha vida e penso que também para o Marítimo”, afirmou ao nosso Jornal, acrescenta­ndo que “tudo tem um fim”.

“Já estou com uma idade avançada, fisicament­e já não me sinto no melhor. Vou aproveitar para recuperar e, se Deus quiser, com qualidade de vida dedicar este tempo à minha família”, sublinhou, orgulhoso pelo facto de o filho Emanuel Freitas pertencer à equipa médica do Marítimo – com quem cruzou-se no banco nos últimos dois anos – e o neto representa­r os infantis do clube. Um legado verde-rubro que se estende à restante família, todos eles sócios de muitos anos.

“Vou continuar a acompanhar Marítimo de perto, embora com pena minha que não seja na cabine, mas vou estar sempre com o Marítimo”, asseverou o homem que até ao último sábado era o massagista há mais tempo consecutiv­o num clube da I Liga.

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