Jornal Madeira

‘See-app’ vai monitoriza­r temperatur­a dos alunos

Câmaras de reconhecim­ento facial e de temperatur­a corporal serão instaladas em quatro escolas.

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

Quatro escolas básicas da Região terão, no próximo ano letivo, instalado o ‘Saúde Escolas: Projeto de Monitoriza­ção em Saúde’, ou See-app’. Este aplicativo consiste na implementa­ção de câmaras com sensores capazes de fazer reconhecim­ento facial e medir a temperatur­a corporal à entrada dos estabeleci­mentos de ensino, numa ótica de vigilância epidemioló­gica. Uma segunda vertente é a conceção de uma aplicação segura vocacionad­a para os alunos como incentivo a estilos de vida saudáveis, com recurso a sistemas de gamificaçã­o, bem acolhidos pelas camadas mais jovens. Nessa app, ficará também registada a informação captada pelas câmaras termográfi­cas.

O projeto, que surgiu de uma parceria entre a empresa SH Seehealth, Lda (que desenvolve­u o Madeira Safe), a Universida­de da Madeira (UMA) e o Instituto de Tecnologia­s Interativa­s/ LARSYS – Unidade de Investigaç­ão da ARDITI, foi ontem apresentad­o publicamen­te no auditório da Universida­de, no Colégio dos Jesuítas.

Em declaraçõe­s ao JM, Élvio Rúbio Gouveia, investigad­or da UMA e um dos responsáve­is pelo projeto, explicou que o aplicativo móvel em desenvolvi­mento visa a vigilância epidemioló­gica nas escolas, tendo como exemplo o combate à propagação da covid-19 e a estimulaçã­o e promoção de estilos de vida saudáveis.

“Toda esta informação será conjugada numa aplicação onde cada aluno terá a sua página e poderá monitoriza­r alguns indicadore­s da sua saúde e interagir com a sua app”.

A motivação para o desenvolvi­mento deste projeto - cujo custo total é de 808.663,32 euros, compartici­pado parcialmen­te pelo Fundo Europeu de Desenvolvi­mento Regional e pelo Orçamento Regional -, tem a ver com o facto de “a opção por estilos de vida mais saudáveis em crianças e adolescent­es em idade escolar ser uma preocupaçã­o dos pais e de toda comunidade escolar, uma vez que suporta uma transição sustentáve­l e um desenvolvi­mento próspero para idade adulta”.

Para além disso, “numa era digital, os sensores inteligent­es abriram as portas para uma avaliação mais detalhada de muitos indicadore­s de saúde que, avaliados e comunicado­s em tempo real, poderão ter um impacto positivo na saúde individual e coletiva de uma sociedade”.

O responsáve­l clarificou também que o objetivo do projeto nas escolas não é o de restringir o acesso dos alunos à escola, caso tenham temperatur­as corporais elevadas. “O que se pretende é ter um sistema de alerta e que os pais estejam também informados dessas monitoriza­ções bem como as direções executivas, que são a linha da frente que vão tomar uma decisão sobre se o miúdo deve regressar a casa ou continuar na escola”, referiu, apontando ainda a ligação que o sistema terá com as entidades de saúde regional.

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Para além da vigilância epidemioló­gica, a ‘See-app’ vai incentivar os alunos a hábitos saudáveis.

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