‘See-app’ vai monitorizar temperatura dos alunos
Câmaras de reconhecimento facial e de temperatura corporal serão instaladas em quatro escolas.
Quatro escolas básicas da Região terão, no próximo ano letivo, instalado o ‘Saúde Escolas: Projeto de Monitorização em Saúde’, ou See-app’. Este aplicativo consiste na implementação de câmaras com sensores capazes de fazer reconhecimento facial e medir a temperatura corporal à entrada dos estabelecimentos de ensino, numa ótica de vigilância epidemiológica. Uma segunda vertente é a conceção de uma aplicação segura vocacionada para os alunos como incentivo a estilos de vida saudáveis, com recurso a sistemas de gamificação, bem acolhidos pelas camadas mais jovens. Nessa app, ficará também registada a informação captada pelas câmaras termográficas.
O projeto, que surgiu de uma parceria entre a empresa SH Seehealth, Lda (que desenvolveu o Madeira Safe), a Universidade da Madeira (UMA) e o Instituto de Tecnologias Interativas/ LARSYS – Unidade de Investigação da ARDITI, foi ontem apresentado publicamente no auditório da Universidade, no Colégio dos Jesuítas.
Em declarações ao JM, Élvio Rúbio Gouveia, investigador da UMA e um dos responsáveis pelo projeto, explicou que o aplicativo móvel em desenvolvimento visa a vigilância epidemiológica nas escolas, tendo como exemplo o combate à propagação da covid-19 e a estimulação e promoção de estilos de vida saudáveis.
“Toda esta informação será conjugada numa aplicação onde cada aluno terá a sua página e poderá monitorizar alguns indicadores da sua saúde e interagir com a sua app”.
A motivação para o desenvolvimento deste projeto - cujo custo total é de 808.663,32 euros, comparticipado parcialmente pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e pelo Orçamento Regional -, tem a ver com o facto de “a opção por estilos de vida mais saudáveis em crianças e adolescentes em idade escolar ser uma preocupação dos pais e de toda comunidade escolar, uma vez que suporta uma transição sustentável e um desenvolvimento próspero para idade adulta”.
Para além disso, “numa era digital, os sensores inteligentes abriram as portas para uma avaliação mais detalhada de muitos indicadores de saúde que, avaliados e comunicados em tempo real, poderão ter um impacto positivo na saúde individual e coletiva de uma sociedade”.
O responsável clarificou também que o objetivo do projeto nas escolas não é o de restringir o acesso dos alunos à escola, caso tenham temperaturas corporais elevadas. “O que se pretende é ter um sistema de alerta e que os pais estejam também informados dessas monitorizações bem como as direções executivas, que são a linha da frente que vão tomar uma decisão sobre se o miúdo deve regressar a casa ou continuar na escola”, referiu, apontando ainda a ligação que o sistema terá com as entidades de saúde regional.