Jornal Madeira

BALANÇO DA ÉPOCA COM SABOR ‘AGRIDOCE’

João Paulo Silva, treinador do CAB, admite uma época positiva, mas com um ligeiro amargo de boca, por não ter atingido as meias-finais do play-off, objetivo que era plausível na sua visão.

- Por Daniel Faria danielfari­a@jm-madeira.pt

Com um sentimento de dever cumprido, mas ao mesmo tempo com um sabor ‘agridoce’. É como João Paulo Silva, treinador do CAB, se refere à época que agora findou, em que a equipa madeirense terminou no 5.º lugar, sendo eliminada nos quartos de final do play-off pela Oliveirens­e.

E é precisamen­te essa eliminação que deixa um ligeiro amargo de boca, segundo o treinador, que representa o CAB há oito temporadas consecutiv­as.

“Foi uma época muito positiva, onde conseguimo­s alcançar os objetivos, que eram essencialm­ente o play-off e a manutenção. Garantimos a manutenção cedo e gozámos de uma época tranquila. No entanto, no play-off, ficou o sabor ‘agridoce’, pois sentíamos que poderíamos ter passado às meias-finais”, começa por dizer o treinador ao JM.

João Paulo Silva recordou que o CAB “venceu a Oliveirens­e por duas ocasiões” nesta temporada, uma a contar para a fase regular e outra para o play-off, referindo que “a falta de rotação” da equipa foi compromete­dora nesta fase.

“A equipa chegou ao play-off, principalm­ente ao terceiro jogo, muito desgastada. A Oliveirens­e, por exemplo, tinha quase duas equipas, fazendo a rotação. Nós

João Paulo Silva, conhecido por ‘Juca’, está na liderança técnica do CAB há quase uma década.

não. Temos essa limitação, mas por outro lado temos uma equipa com grande coesão”, realçou.

Lesões e limitações

O treinador recorda ainda as le

sões de Jalan Mccloud, jogador que considera “determinan­te” na equipa, e de Embaló, que veio do Sporting, atleta que “perdeu grande parte da época”.

No entanto, João Paulo Sil

va realça que o CAB “foi a única equipa a ganhar todos os jogos na segunda fase”, facto que “aumentou as expectativ­as" para o play-off.

“Estivemos em grande nível na segunda fase e foi uma época tranquila. Se me dissessem no início que iria terminar à frente de equipas como o Guimarães, Ovarense ou o Imortal que investiu bastante, não acreditari­a. O nosso orçamento é muito limitado e conseguimo­s uma época de bom nível, dentro das expectativ­as”, referiu o treinador.

Em relação ao play-off, João Paulo Silva referiu que o “desgaste e a falta de rotação” foram decisivos para o desfecho desfavoráv­el dos madeirense­s.

No que toca à próxima época, o treinador dos ‘amigos’ refere que a mesma ainda está em fase embrionári­a, mas já com algumas coisas a começarem a ser planeadas.

“Ainda vamos analisar melhor a próxima época. Geralmente começamos em setembro, mas, antes disso, em conjunto com a direção, começamos naturalmen­te a preparar a próxima temporada”, disse, referindo que a equipa sofre alterações por vezes significat­ivas, pois a formação insular não tem muito poder no que toca à fixação dos jogadores.

“Quando alguém se destaca muito, não conseguimo­s fixar. Temos o exemplo do Diogo Gameiro, que foi para o Benfica, e de outros estrangeir­os que acabaram por sair. Apostamos geralmente em rookies, até no estrangeir­o e quando se destacam acabam por sair”, disse, em tom conformado, afirmando que os madeirense­s “têm um plantel curto”, mas “muito coeso” e “unido” nos seus objetivos.

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