BALANÇO DA ÉPOCA COM SABOR ‘AGRIDOCE’
João Paulo Silva, treinador do CAB, admite uma época positiva, mas com um ligeiro amargo de boca, por não ter atingido as meias-finais do play-off, objetivo que era plausível na sua visão.
Com um sentimento de dever cumprido, mas ao mesmo tempo com um sabor ‘agridoce’. É como João Paulo Silva, treinador do CAB, se refere à época que agora findou, em que a equipa madeirense terminou no 5.º lugar, sendo eliminada nos quartos de final do play-off pela Oliveirense.
E é precisamente essa eliminação que deixa um ligeiro amargo de boca, segundo o treinador, que representa o CAB há oito temporadas consecutivas.
“Foi uma época muito positiva, onde conseguimos alcançar os objetivos, que eram essencialmente o play-off e a manutenção. Garantimos a manutenção cedo e gozámos de uma época tranquila. No entanto, no play-off, ficou o sabor ‘agridoce’, pois sentíamos que poderíamos ter passado às meias-finais”, começa por dizer o treinador ao JM.
João Paulo Silva recordou que o CAB “venceu a Oliveirense por duas ocasiões” nesta temporada, uma a contar para a fase regular e outra para o play-off, referindo que “a falta de rotação” da equipa foi comprometedora nesta fase.
“A equipa chegou ao play-off, principalmente ao terceiro jogo, muito desgastada. A Oliveirense, por exemplo, tinha quase duas equipas, fazendo a rotação. Nós
João Paulo Silva, conhecido por ‘Juca’, está na liderança técnica do CAB há quase uma década.
não. Temos essa limitação, mas por outro lado temos uma equipa com grande coesão”, realçou.
Lesões e limitações
O treinador recorda ainda as le
sões de Jalan Mccloud, jogador que considera “determinante” na equipa, e de Embaló, que veio do Sporting, atleta que “perdeu grande parte da época”.
No entanto, João Paulo Sil
va realça que o CAB “foi a única equipa a ganhar todos os jogos na segunda fase”, facto que “aumentou as expectativas" para o play-off.
“Estivemos em grande nível na segunda fase e foi uma época tranquila. Se me dissessem no início que iria terminar à frente de equipas como o Guimarães, Ovarense ou o Imortal que investiu bastante, não acreditaria. O nosso orçamento é muito limitado e conseguimos uma época de bom nível, dentro das expectativas”, referiu o treinador.
Em relação ao play-off, João Paulo Silva referiu que o “desgaste e a falta de rotação” foram decisivos para o desfecho desfavorável dos madeirenses.
No que toca à próxima época, o treinador dos ‘amigos’ refere que a mesma ainda está em fase embrionária, mas já com algumas coisas a começarem a ser planeadas.
“Ainda vamos analisar melhor a próxima época. Geralmente começamos em setembro, mas, antes disso, em conjunto com a direção, começamos naturalmente a preparar a próxima temporada”, disse, referindo que a equipa sofre alterações por vezes significativas, pois a formação insular não tem muito poder no que toca à fixação dos jogadores.
“Quando alguém se destaca muito, não conseguimos fixar. Temos o exemplo do Diogo Gameiro, que foi para o Benfica, e de outros estrangeiros que acabaram por sair. Apostamos geralmente em rookies, até no estrangeiro e quando se destacam acabam por sair”, disse, em tom conformado, afirmando que os madeirenses “têm um plantel curto”, mas “muito coeso” e “unido” nos seus objetivos.