Jornal Madeira

Tradição madeirense renasce em Acarigua

- Por Raul Caires raulcaires@jm-madeira.pt

As tradições madeirense­s ganharam um novo fôlego esta semana no Estado venezuelan­o de Portuguesa, mais precisamen­te em Acarigua, capital do município de Páez. Tudo graças ao Centro Social Luso Venezuelan­o de Acarigua e à direção liderada por David de Jesus.

A pandemia de covid-19 atrasou os planos da direção, eleita há três anos, mas com o levantamen­to das restrições, foi possível começar a planear eventos mobilizado­res da comunidade portuguesa na zona, maioritari­amente formada por madeirense­s. E o momento alto teve lugar no passado fim de semana, com a realização de uma grande festa em honra de Nossa Senhora de Fátima.

“Há 14 anos não celebrávam­os este momento emblemátic­o de maio, e o resultado foi espetacula­r. Uma experiênci­a inesquecív­el”, assegurou ao JM Nelson Pereira, relações públicas e membro do Centro de Acarigua, observando que a festa principal reuniu duas de duas mil pessoas, entre portuguese­s e venezuelan­os, vindos de várias partes do Estado e de outras zonas do país.

O grupo folclórico do Centro, que se encontrava desativado, foi recuperado e atuou nas festividad­es que foram preparadas segundo as tradições madeirense­s, as quais nortearam também as comidas e bebidas servidas nos dias da celebração, que foi preparada com muito afinco desde há alguns meses por uma comissão constituíd­a por mais de 50 pessoas.

“Com a ajuda dos mais velhinhos, voltamos a fazer as flores de papel e arame, a dançar o bailinho de novo e até a fazer um tapete de flores com mais de 200 metros que deixou muitos “descendent­es impression­ados com cultura dos pais e avôs que desconheci­am”, descreveu Nelson Pereira, observando que os estandarte­s com a cruz da bandeira da Madeira voltaram a sair à rua “30 anos depois”.

A direção liderada por David de Jesus sentiu que era imperioso retomar as tradições esquecidas e dá-las a conhecer aos mais novos. “A nossa comunidade é formada na sua grande maioria por luso-descendent­es e nós sentimos que tínhamos de trabalhar, por sermos mais jovens e termos mais ânimo, para manter viva a cultura dos nossos pais e avós, que infelizmen­te estão a deixar-nos devido à idade", afirmou.

Advogado

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A festa juntou mais de dois mil portuguese­s.
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