Porque voto Montenegro
Quem acompanhou as minhas posições no tempo, em relação a Luís Montenegro, por ventura desejará ver a minha explicação sobre ao que chegámos no PSD nacional. Conheci-o ainda Deputado - lembro-o participante de uma conferência que há décadas fiz no Porto sobre a necessidade de mudar o Sistema Político português - filho e sobrinho de dois Colegas de Curso, o Tio (13 Irmãos numa Família tradicional do Norte) depois Diplomata, o Pai com importantes Serviços ao País no sector público.
Como Deputado, obviamente que, quando já líder parlamentar, teve de defender esse péssimo governo para Portugal e acintoso para com a Madeira, o governo Passos-portas, bem como no meu entender Montenegro fez oposição interna a Rio, a destempo.
Aliás, desde sempre, houve forte distância pessoal entre Passos Coelho e a minha pessoa. Apesar de muito mais liberal do que eu quanto aos costumes, paradoxalmente era um conservador situacionista quanto ao Sistema Político que eu combato e, retornado de África, por razões óbvias, nada simpatizante das Autonomias Políticas insulares.
Um dia no meu gabinete, antes de ser primeiro-ministro, chegou a me atirar que eu, entre a política nacional e a Madeira, escolhera a Madeira, pelo que não tinha que me queixar da hostilidade de Lisboa... Como se de dois países diferentes se tratasse....
O problema, agora, é que o outro candidato, por sua vez, pior, foi ministro do tal Governo Passos-Portas que, por razões internas do PSD, crucificou os legítimos Direitos do Povo Madeirense.
Adiante. Todos conhecem as minhas posições contra a influência das "sociedades secretas" que põe em causa o Princípio da Transparência Democrática.
Na longa conversa que tive com Montenegro a pedido Deste, frontalmente houve que esclarecer a situação. Tenho a palavra de que há quase duas décadas não existe qualquer ligação nesse sentido, apesar do que há tempos atrás ainda fôra publicado.
O problema, agora, é que o outro candidato dizem-me ter estado em reuniões do Grupo Bilderberg, e Francisco Balsemão, de Quem há décadas, entre outras coisas, tenho um entendimento do PSD diferente do Dele, é o seu mandatário nacional.
Há, pois, que escolher entre os dois.
Por feitio e por Formação, sou contra a tese da abstenção, do cruzar os braços, deixar andar a ver o que dá.
Até porque este Portugal, politicamente imobilista, centralista no Continente e colonial nas Regiões Autónomas, vive mergulhado num socialismo feito religião, incompetente e perigoso, com o Estado Social substituído pelo Estado comercializado. Impotente no plano internacional , Portugal não pode esperar mais.
Rui Rio esperou. Eu também. E com razão, pois por um lado tínhamos a ilusão de que Costa, conosco, faria as Reformas democráticas necessárias ao futuro do País. Como, por outro lado, a sucessão de crises, sobretudo a da COVID, fez com que Rui Rio e o PSD entendêssemos, como sempre, que primeiro estava o Interesse Nacional.
A isto Costa respondeu com alianças anti-nacionais e anti-democráticas às organizações do fascismo comunista. Portugal retrocedeu democrática e civilizacional e, escorregou dramaticamente para a cauda da Europa ante o silêncio ensurdecedor e censura da maior parte da Informação, controlada crescentemente pelo Governo central para sobreviver.
A par, com as habilidades do "apparatchik" que é e do estadista que não é, Costa, nos meios de comunicação que controla, lançou o partido da extrema-direita, fazendo-lhe a propaganda a fim de retirar votos aos Partidos da área da
Democracia Social, não socialistas.
Confesso que o PSD foi eleitoralmente embrulhado nisto, na medida em que se sentiu arrastado para a necessidade de também falar na extrema-direita, como se devêssemos qualquer justificação no caso.
O problema, agora, é que o outro candidato insiste na mesma tecla e continua a dar importância à extrema-direita "made by Costa".
Conforme se entende no presente momento, e para mim ficou claro após a conversa com Montenegro, a vida mudou.
Primeiro, dados os prejuízos que Costa e o socialismo vêm causando aos Portugueses, com a sua governação desastrada e com o fomento dos totalitarismos, tanto extrema-direita, como comunistas, Costa passa a ser o "adversário principal". Não há mais contemplações.
Nada de positivo para os Portugueses, enquanto o socialismo não fôr derrubado.
Segundo, quanto à extrema-direita, sendo uma criação de Costa, o problema é Dele. O PSD tem de se preocupar, sim, em explicar, fundamentada e inteligentemente, à quase metade dos Portugueses que não votam, mais aos Portugueses que não votam nos partidos do socialismo (PS e "comunas"), que É o único partido que se encontra em posição de poder cilindrar os socialismos, independentemente DA e respeitando A Ideologia de cada um.
Ora, para esta nova estratégia, mais de combate, de confronto, e de denúncia, a lembrar os "bons velhos tempos" do militantismo pragmático, óbvio que o perfil de Montenegro é mais adequado do que o do outro candidato, este mais teórico e de trágico "politicamente correcto".
Terceiro, foram-me dadas garantias, pelo nortenho Montenegro, para a evolução autonómica pretendida. Nada se conhece das posições neste tema por parte do outro candidato, a não ser a Sua relação política com importantes e poderosos centros decisores em Lisboa.