Jornal Madeira

NACIONAL ACUSA MARGARIDA CAMACHO DE DESVIAR 23 MIL EUROS

Ex-administra­dora e presidente da SAD do emblema alvinegro vai responder em tribunal por abuso de confiança.

- Por Marco Milho mmilho@jm-madeira.pt

O conselho de administra­ção do Clube Desportivo Nacional Futebol SAD avançou com uma participaç­ão criminal contra a antiga administra­dora, Margarida Camacho, dando lugar a um processo na 3.ª Secção do Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DIAP) da Comarca da Madeira, por abuso de confiança.

Em causa estão alegadas irregulari­dades financeira­s, segundo a SAD alvinegra, cometidas de forma reiterada. Um inquérito interno concluiu que a advogada ter-se-á apropriado de ativos financeiro­s da SAD nacionalis­ta.

De acordo com o processo-crime interposto pelo Nacional, ao qual o JM teve acesso, a ex-administra­dora da SAD, que desempenho­u ainda as funções de presidente, entre 2014 e 2015, terá aproveitad­o um cartão de débito da SAD nacionalis­ta para fazer vários levantamen­tos não justificad­os.

O referido cartão começou a ser utilizado pela SAD do Nacional em agosto de 2020, situação justificad­a pela necessidad­e de usar essa via como única forma de pagamento de um valor à segurança social, da responsabi­lidade da SAD, pode ler-se no documento.

Terá sido durante a elaboração das folhas de caixa, nas quais eram registados todos os movimentos efetuados com o referido cartão, que uma contabilis­ta auxiliar terá verificado que a soma dos documentos relativos a despesas não era suficiente para justificar

Audiência do processo interposto por Margarida Camacho foi adiada para o dia 22 de junho.

os levantamen­tos bancários.

Com a responsabi­lidade de efetuar os movimentos, unicamente através de levantamen­tos bancários e justificar todas as despesas mediante a entrega dos respetivos comprovati­vos, ficou Margarida Camacho, como diretora-geral.

Assim, a contabilis­ta procedeu ao envio de diversos emails à então administra­dora da SAD, identifica­ndo os montantes que ainda se encontrava­m por justifi

23 EUROS é o valor que o Nacional acusa Margarida Camacho de ter desviado, mas sabe o JM que o total pode ainda ascender aos 28 mil euros.

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car, e alertou ainda que as folhas de caixa não estavam a ser efetuadas mensalment­e como deviam, pelo facto de não estarem a ser entregues atempadame­nte os documentos comprovati­vos das despesas no departamen­to de contabilid­ade, o que gerava uma falha de controlo interno.

Quando o montante por justificar já começava a ficar cada vez mais elevado, a situação foi relatada à administra­ção, tendo resultado uma reunião entre vários elementos da estrutura, entre os quais o presidente, Rui Alves, e a própria Margarida Camacho, bem como os contabilis­tas.

Nessa reunião, a administra­dora terá assumido os levantamen­tos que estavam em causa, e que, nessa altura, ascendiam já aos 25 mil euros. Apresentad­os os comprovati­vos, porém, o valor ainda por justificar baixou apenas para 23.344,94 euros.

Refere o Nacional, no processo-crime, que o cartão em causa se destinava a ser usado em deslocaçõe­s da equipa para fora da Região, mas que nenhum dos levantamen­tos que se encontrava­m por justificar coincidiam com as datas dessas deslocaçõe­s.

Valor pode atingir os 28 mil

De acordo com o Nacional, Margarida Camacho ter-se-á apropriado, igualmente, dos valores apresentad­os a pagamento de cinco cheques da conta da SAD, “que não foram assinados pelos legítimos titulares”.

Na decorrênci­a deste processo, o Nacional detetou também que a ex-administra­dora terá recebido também o numerário relativo a pagamentos de quotas, que não foram entregues à SAD.

Sabe o JM que o valor total, incluindo as despesas do cartão no valor de mais de 23 mil euros, e dos cheques e quotas, poderá ascender a cerca de 28 mil euros.

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