Dois milhões para prevenir ciberataques
A Madeira tem consciência de que não está imune aos ciberataques e vai canalizando para essa área todos os recursos possíveis para reforçar a segurança. “São frequentes algumas tentativas e por isso é que também desde 2020 temos uma equipa no seio da Direção Regional de Informática especificamente dedicada à cibersegurança”, conforme relevou ontem Rogério Gonçalves, secretário regional das Finanças, que tutela a Direção Regional de Informática.
O governante constata que “não se verificaram perturbações no serviço público prestado, o que significa que a defesa e a equipa da cibersegurança funcionaram atempadamente”, mas “temos tido exemplos fora da administração pública, como foi o caso recente de um município, que ficou alguns dias sem sistema, num ataque severo”.
Assim, Rogério Gouveia partilha que “temos investido na formação e melhoria de equipamentos”, exaltando, então, que “temos cerca de dois milhões de euros do PRR reservados para melhorar os nossos mecanismos e ferramentas, ao nível de hardware e software, para estarmos cada vez melhor preparados”. Além dessa verba, “o Orçamento Regional reserva cerca de meio milhão de euros por ano para esta área”.
“Sabemos que nunca estamos imunes a este tipo de ataques, eles têm sido cada vez mais frequentes. Hoje, são geopoliticamente uma arma de arremesso e de conflito entre nações e, embora tenhamos consciência da nossa dimensão e escala, não podemos ficar alheios ao fenómeno. E, dentro das nossas capacidades, procuramos estar preparados e alinhados com o melhor que se faz no mundo”, disse ainda.
O testemunho de Rogério Gouveia foi deixado à margem de um exercício, de âmbito nacional, que ontem decorreu na Região, experienciando um simulacro de “um ataque de corte de comunicações, em que, hipoteticamente, ficaríamos sem cabo submarino e isolados do mundo, num ataque que seria circunscrito ao Serviço Regional de Saúde. E como é uma infraestrutura primordial e estratégica para a Região, tentamos perceber ante um ataque com essa magnitude de forma é que iríamos reagir e que modelo a implementar no terreno para evitar um dano adicional”.
E releva a importância destes exercícios “em que detetamos sempre alguns procedimentos que merecem ser aprimorados” e, no caso específico, “testamos também a nossa capacidade de comunicação interna em caso de incidentes”.