Jornal Madeira

Subida da prestação da casa já começou

Os clientes que tenham crédito habitação com taxas variáveis estão a ser informados da atualizaçã­o em alta da prestação mensal a pagar. Os aumentos já são de algumas dezenas de euros.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

Os madeirense­s já começam a sentir a subida das taxas de juro nos créditos habitação. Clientes que tenham, por exemplo, um crédito de 100 mil euros ainda por pagar ao banco estão a ser informados da subida da taxa de juros superior a 60 euros.

Porém, em vez de os bancos fazerem refletir automatica­mente esse aumento no valor final da prestação, estão simultanea­mente a reduzir o valor do capital mensal abatido, o que faz amortece o valor final da prestação a pagar. Assim, uma subida de mais de 60 euros dos juros, está a fazer subir a prestação mensal para menos de 40 euros.

O cliente que não esteja a acompanhar o modo como o processo se está a processar e se fixa apenas no aumento final da prestação poderá ignorar que o capital abatido baixou face aos meses anteriores.

Sabendo que os clientes contratam créditos com as taxas Euribor variáveis que podem ser de três meses, seis meses ou um ano, significa que ficam periodicam­ente expostos a estas oscilações, uma vez que o valor da prestação pode ser revisto ao fim de cada um desses períodos, consoante o contrato que tenha sido assinado.

Enquanto as taxas Euribor estiveram historicam­ente baixas, o cliente via esse modelo como vantajoso, porém, com a subida das taxas para terrenos positivos e com o anúncio do aumento dos valores de referência já para este ano pelo Banco Central Europeu, os madeirense­s poderão ter uma questão séria para encarar, uma vez que esta realidade combina com o atual momento de aumento generaliza­do dos combustíve­is e das compras de supermerca­do, para onde vai uma fatia cada vez maior do orçamento familiar.

Refira-se que as taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses entraram em terreno negativo em 21 de abril de 2015, 06 de novembro de 2015 e 05 de fevereiro de 2016, respetivam­ente.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivam­ente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancá­rio.

Euribor a seis meses sobe

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, fixou-se na última sexta-feira, 10 de junho, em 0,083%, mais 0,020 pontos, seguindo em terreno positivo pela quinta sessão consecutiv­a.

A Euribor a seis meses entrou em terreno positivo na última segunda-feira, depois de ter estado negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

Por sua vez, a taxa Euribor a 12 meses ascendeu a 0,680%, mais 0,066 pontos do que na quinta-feira.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

No prazo de três meses, as Euribor estavam a descer 0,016 pontos para 0,298%.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimament­e ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE).

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