“Esperar quatro horas não é nada”
O secretário regional de Saúde e Proteção Civil afirmou ontem que esperar quatro horas numa ambulância não é nada, se atendermos aos níveis de segurança que são necessários impor.
Pedro Ramos reagia, assim, às críticas feitas por alguns comandantes de corporações de bombeiros que dizem esperar muito tempo com os doentes dentro da ambulância, à porta das urgências do hospital.
O secretário regional, que visitou o Centro de Saúde da Calheta, realçou que a Madeira está a passar por uma fase da covid-19 onde, de facto, a gravidade da doença é menor, mas a transmissibilidade é cada vez maior. As novas variantes, conforme explicou, obrigam a uma grande transmissibilidade e, por isso, há pessoas que precisam de aguardar uma vaga. "Se esperarmos quatro horas para maior segurança dos utentes e dos profissionais de saúde, a espera não é grande", referiu, dando o exemplo de locais onde pessoas morrem, por exemplo, devido à falta de determinados profissionais. O secretário referia-se claramente ao que aconteceu recentemente, nas Caldas da Rainha, em que um bebé morreu por falta de obstetras. Sobre o elevado número de mortes covid-19, nos últimos dias, Pedro Ramos diz que quanto mais pessoas infetadas, a probabilidade de haver mais mortes é maior. Além disso, disse não saber se 50% por cento das 303 mortes associadas à doença foram mesmo de covid-19. “303 mortes? Não sei se 50% são de covid-19...”, referiu.
Sobre a visita ao 'hospital' da Calheta, Pedro Ramos realçou que se deu início às 16 camas de internamento de longa duração na Calheta, com mais 28 profissionais ali a trabalharem. Há mais de 100 profissionais no total.