Helicóptero já realizou metade das missões de 2021
Ainda nem a chamada ‘época de incêndios’ começou e já o meio aéreo ao dispor do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) realizou, este ano, mais de metade do total de missões registadas em 2021.
Esta foi uma informação avançada pelo coronel António Mendes Nunes, presidente deste serviço, em declarações à margem da apresentação do POCIR 2022 – Programa Operacional de Combate a Incêndios Rurais, que entra hoje em vigor, prolongando-se até ao próximo dia 30 de novembro.
Conforme revelou o responsável, só nos primeiros meses de 2022, o helicóptero já efetuou 27 ações, que perfazem mais de 40 horas de voo, ultrapassando em mais de 50% as realizadas no decurso do ano transato, que somou um total de 49 missões, equivalentes a 64 horas ‘nos céus’.
Ademais, no cômputo geral do POCIF 2021, que agora se reveste de uma nova designação (POCIR), ao substituir o termo ‘florestais’ pelo ‘rurais’, estiveram envolvidos 12.484 operacionais, distribuídos por 3.952 equipas, as quais percorreram mais de 263 mil quilómetros, respondendo a 355 queimadas não autorizadas, 44 incêndios em mato, 18 florestais e 22 queimadas autorizadas.
Face a este balanço da primeira metade do ano, António Mendes Nunes apontou ser “expectável que estes números venham a crescer”, uma vez que o aumento de temperatura e a época mais propícia a incêndios estão a chegar. No entanto, o presidente do SRPC destacou que o meio aéreo tem, de facto, “cumprido a sua missão”, fazendo um “ataque inicial que tem resultado muito bem”.
“Estamos preparados”
Quanto ao POCIR 2022 propriamente dito, a palavra de ordem é “preparação”, conforme assegurou o coronel. “Estamos preparados para responder a qualquer eventualidade que surja. O meio aéreo está preparado, as equipas que o operam estão preparadas e os profissionais no terreno estão preparados”, reiterou António Mendes Nunes, que explanou que estes operacionais vão circular por todas as regiões da ilha, numa operação de dissuasão, procurando diminuir, assim, o número de focos de incêndio e dar-lhes uma resposta mais rápida.
Este programa, que representa um investimento de mais de um milhão de euros, convoca duas equipas de cada corporação de bombeiros, com exceção dos municipais, que apenas serão chamados em caso de necessidade. A estas juntar-se-ão ainda duas equipas da GNR, outras duas das Forças Armadas e dez dos Serviços Florestais.
Já à população, o coronel deixa um apelo: “Queria recomendar a todas as pessoas no terreno, principalmente àqueles que fazem queimadas de forma inadvertida, para que não o façam. Se existir uma imperiosa necessidade dessas queimadas, que as façam de forma coordenada, que vão às Câmaras Municipais, que falem com o Instituto de Florestas e que arranjem uma forma para que essas queimadas sejam efetuadas de uma forma muito controlada. Sabemos que qualquer descuido nas alturas mais quentes do ano pode propiciar incêndios depois muito difíceis de controlar”, alertou.