Jornal Madeira

“Agradeciam-me por fazer rir quando só apetecia chorar”

JP Ramos diz que a pandemia catapultou-o para a popularida­de e ficou sensibiliz­ado com tanta gente a agradecer os vídeos que punha nas redes sociais em dias que as pessoas só queriam chorar.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

JP Ramos, humorista conhecido do público madeirense e embaixador tik tok do concurso ‘Mostra o que Vales’, edição de dança, foi, ontem, o convidado do Centro das Conversas, organizado pelo Centro Comercial La Vie, com os apoios do JM, da rádio 88 8 JM FM e do canal naminhater­ra.com.

O humorista, que foi entrevista­do no piso 0 do centro comercial, como vem sendo habitual neste evento, numa conversa conduzida por Isabel Sá, da rádio 88.8, começou por admitir que sempre foi, desde criança, o "palhacinho" da família e seguiu a atividade a conselho da mãe.

Em 2015, começou a fazer vídeos cómicos e a partilhar nas redes sociais. Hoje em dia, tem participad­o em vídeos comerciais. Mas aquilo que mais gosta de fazer é mesmo ‘Stand Up Comedy’ e o seu desejo é o de atuar, sozinho, perante uma plateia cheia.

Sempre com humor nas respostas que dava, JP Ramos afirmou que descobriu, já na fase adulta, que conseguia fazer rir não apenas a família, mas também uma plateia. Esteve uns tempos em Lisboa, a fazer Stand up Comedy, mas decidiu, depois, vir para a Madeira, fazer rir o seu povo. Admite que os primeiros tempos foram difíceis mas começou a ganhar visibilida­de com os 4Litro. Foi na pandemia que sentiu a sua carreira catapultar.

Naquele mau momento de confinamen­tos e quarentena­s, o humorista madeirense aproveitou para fazer vídeos diariament­e e colocá-los nas redes sociais, tendo em vista distrair os outros. E recebeu muitas mensagens que diziam: ‘obrigado por me fazeres rir num dia que só me apetece chorar’.

JP Ramos, que chegou a tirar o 9.º ano na escola Gonçalves Zarco, seguiu para as Artes a conselho da mãe. Mesmo numa altura em que não sabia que conseguia ganhar à conta disso. Fez o secundário no Conservató­rio – Escola das Artes e ali percebeu que queria seguir teatro. Arrepende-se, ironiza, da opção tomada porque pensava que ia dar mais dinheiro. Agora, mais a sério, afirma que vai conseguind­o pagar as contas. Depois de descobrir o Stand Up Comedy no continente, optou por regressar à Madeira para “fazer os seus rirem” e

não os outros, os do continente. O humorista voltou para Região em 2013 mas quase desistiu no primeiro mês. Ninguém fazia Stand Up Comedy e era difícil captar a atenção. No entanto, optou por tentar fazer rir em bares de poncha. “Foi muito difícil”, admite, consideran­do que só ganhou mais visibilida­de com a atuação, em conjunto, com os 4Litro. JP Ramos também já teve oportunida­de de atuar com Fernando Rocha e confessa que quando recebeu o telefonema do humorista, achou que era brincadeir­a de algum amigo. O primeiro convite perdeu-se pelo facto de JP Ramos não estar na Madeira. Mas o segundo, já quando rebentou a pandemia, correu muito bem. E foi nesta altura, extremamen­te difícil, que cresceu no meio artístico. “Ia postando todos os dias um vídeo novo. E as pessoas, que eu não conhecia de lado algum, agradeciam. Isso foi muito fixe!”, sublinhou no Centro das Conversas, admitindo que perante a agonia da pandemia, as pessoas começaram a ficar com sede de vídeos cómicos. Afirmando que é mais fácil fazer chorar do que fazer rir, o humorista realça que é preciso técnica, muito estudo, muita pesquisa, que nem sempre os amigos conseguem perceber.

“Às vezes, os meus amigos convidam para tomar um copo. E eu digo que tenho de ficar em casa a trabalhar para o espetáculo. Eles não entendem, achando que eu improviso e que sei tudo de cor. Mas não é assim”, defende.

JP Ramos, que integra a associação Avesso, aproveitou a ocasião para anunciar que vai ter lugar a estreia de uma peça – ‘Até que a morte nos separe’- na Casa das Mudas, nos dias 30 de junho, 1, 2 e 3 de julho. Os bilhetes estão já disponívei­s. Aproveita a oportunida­de por manifestar o seu regozijo pelo facto de as pessoas estarem a aderir mais ao teatro e ressalva que as redes sociais têm ajudado a esta adesão.

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