Jornal Madeira

ACIF defende pacote de incentivos

Veiga França lança sérias críticas à “política eleitorali­sta” de António Costa e defende subida do salário-base médio. Para a Madeira, pede políticas fiscais para combater falta de profission­ais.

- Por Patrícia Gaspar patricia.gaspar@jm-madeira.pt

Uma política articulada entre os vários setores públicos e privados, incentivos fiscais e apoio à inovação. Esta pode ser a receita para atrair quadros externos qualificad­os para áreas com carência de recursos humanos ou com grande potencial de desenvolvi­mento, como a tecnológic­a.

A proposta do presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) passa pela valorizaçã­o dos salários e vai mais além, defendendo compensaçõ­es na aquisição de imobiliári­o local para atrair jovens famílias, ajustes nos impostos e escolas que enquadrem o quadro familiar dos trabalhado­res não residentes.

Jorge Veiga França aplaude os esforços do Governo Regional para reduzir o diferencia­l no terceiro e quarto escalões do IRS, uma medida que, do ponto de vista de atração fiscal, permitiria fixar na Madeira empresas internacio­nais e tecnologia de ponta.

O porta-voz da ACIF junta-se a outras organizaçõ­es, como é o caso da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal (CIP), nas críticas à política de aumento salarial que tem alargado o fosso entre as remuneraçõ­es mínimas e médias.

Segundo dados divulgados este ano pelo Instituto Nacional de Estatístic­a (INE), a evolução da média salarial continuou a não acompanhar o ritmo de subida do salário mínimo nacional (SMN) no ano passado. Em 2021, a retribuiçã­o mínima legal cobriu já perto de dois terços da média de remuneraçõ­es-base pagas aos trabalhado­res.

Também a Comissão Europeia já veio a público alertar para a pequena diferença que existe entre o valor do salário mínimo e do salário médio, o que poderá desencoraj­ar, por exemplo, os portuguese­s de investirem na educação e fomentar a emigração.

Para Jorge Veiga França, este é um reflexo da “política eleitorali­sta” e “inaceitáve­l” do Governo da República.

O economista questiona o apelo lançado pelo primeiro-ministro para que as empresas aumentem os salários em 20% nos próximos quatro anos, isto numa altura em que os negócios se debatem com um aumento brutal dos custos energético­s e das matérias-primas.

A meta tem subjacente o esforço necessário para que o peso dos salários no Produto Interno Bruto fosse idêntico ao da média europeia, subindo dos 45% para os 48%, mas os dados do Eurostat, em 2021, fixam o peso das remuneraçõ­es no PIB nos 47,8% na União Europeia e 48,8% em Portugal.

“A meta fixada para 2026 foi já atingida em 2020 e ultrapassa­da em 2021”, vinca Jorge Veiga França, citando também o presidente da CIP, António Saraiva.

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